Pandemia traz em pauta possíveis soluções
para
moradores da Cracolândia
By Samara Florêncio
Data 08/06/2020
EXCLUSIVO
Em entrevista coletiva aos estudantes do Projeto Repórter do Futuro
nessa segunda-feira (08/06), a vereadora da Câmara Municipal de São Paulo,
Soninha Francine, ressaltou a criação de espaços seguros e limpos como oferta
de solução para a população da Cracolândia.
Localizada no bairro Campos Elíseos, na região central da capital, a
Cracolândia é uma região problemática que permeia há décadas. Com o
crescente avanço do coronavírus pela capital, o distanciamento social ainda se
apresenta como a melhor forma de prevenção, porém a medida não foi adotada
no local, trazendo consigo, problemas como aglomerações de pessoas e o tráfico
de drogas.
O Ministério Público fez um pedido de evacuação da área, mas foi negado
pela Justiça de São Paulo. De acordo com a vereadora Soninha, é inviável
evacuar a área, uma vez que a presença de conflitos e ações violentas seriam
iminentes, "É impossível esvaziar a Cracolândia sem que hajam vítimas de bala
e de estilhaços de bomba", afirmou Soninha.
A parlamentar luta e defende projetos de apoio a populações vulneráveis.
Para os usuários e moradores de Campos Elíseos, Soninha aponta o
desenvolvimento de locais higiênicos, confortáveis e dignos, ou até mesmo
campings como forma de solução para o problema vigente. Tendo em vista que
a maioria dos programas de assistência social não são de estadia fixa
permanente, a vereadora destaca: "Eu criaria um espaço de convívio e
acolhimento próximo ao fluxo, e se possível, onde as pessoas pudessem ir e
ficar. E claro, o espaço teria assistente social, orientador socioeducativo,
trabalhadores de limpeza e manutenção, e a possível presença de voluntários".
Ary Neto, morador de Campos Elíseos, publicitário e criador do Portal SÃO PAULO VIVA, é a favor do esvaziamento da Cracolândia em seu bairro, pois
segundo ele, somente com a ruptura do círculo vicioso "Usuário-Drogas
Traficante" é possível conseguir romper a ciranda de destruição dessas pessoas
que são abandonadas pelo próprio poder público. "Apoio a Intervenção total
desta região entre outras, para que ainda na esperança de resgate destas pobres
pessoas, se tenha a chance de um dia serem pessoas normais e saudáveis na
sociedade. "Escreveu ele quando questionado sobre o problema.
A preocupação de retirar as pessoas da Cracolândia é antiga, e cresceu
com a chegada do vírus em questão, pois quem frequenta a região, circula por
outros pontos da cidade, tornando-se transmissores em potencial.
Em meio ao caos que se encontra a região nessa pandemia, os
voluntários do Projeto "Juntos Somos Um Só", e do Projeto "Da Pedra Para
Rocha", têm feito entrega de cestas básicas e kits de higiene e prevenção ao
Covid19, aos moradores da área, muitos desamparados devido o fechamento e
transferência de pontos de atendimento pelo local. Segundo a Secretaria
Municipal de Segurança Urbana de São Paulo, os agentes que ainda prestam
assistência médica ou social na localidade, são acompanhados pela Guarda Civil
metropolitana.
Em entrevista ao podcast “Acontece em SP”, o secretário adjunto da
SMADS Douglas Carneiro falou das ações inseridas no município para as
populações vulneráveis, como os moradores de rua. De acordo com ele, os
atendimentos dos serviços municipais já existentes aumentaram, além de
surgirem outras iniciativas emergenciais, como a instalação de pias em locais
públicos, lavanderias comunitárias no centro da Capital e a ampliação dos
núcleos de acolhimento.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo, por meio
da Interlocução Saúde Mental da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS)
Centro, passou as informações de que na região da Luz, conhecida como
"Cracolândia", a equipe do Programa Redenção na Rua realiza atendimentos de
baixa e média complexidade, por meio de vínculos com o usuário e assistências
compartilhadas entre a rede de cuidado do centro de Apoio Psicossocial (CAPS),
Assistência Médica Ambulatorial (AMA), Unidade Básica de Saúde (UBS) e
Prontos-Socorros (PS), além da Secretaria Municipal de Assistência Social
(SMADS). A partir do primeiro contato, as demandas são acolhidas e,
posteriormente, encaminhadas para os pontos de atendimento da Rede de
Atenção Psicossocial (RAPS) integrada pelas 468 Unidades Básicas de Saúde (UBS).
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Agradecimento especial a Jornalista Samara Florêncio que cedeu material exclusivo ao Blog SÃO PAULO VIVA.
Fotos (1) e (2) Blog São Paulo Viva