Campos Eliseos

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CAMPOS ELISEOS - SÃO PAULO

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

JUSTIÇA PROIBE EXPULSÃO DE VICIADOS DA CRACOLÂNDIA



A Polícia Militar de São Paulo está proibida pela Justiça de acuar, expulsar ou obrigar usuários de drogas a circularem contra sua vontade na região da cracolândia, no centro da capital. Concedida nesta terça-feira por meio de liminar, a determinação é resultado de ação civil pública apresentada pelo Ministério Público Estadual para coibir a chamada “procissão do crack”, revelada pelo Estado em 8 de janeiro, cinco dias após o início da ação. A multa diária em caso de descumprimento é de R$ 10 mil.

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A partir de agora, segundo ordem do juiz Emílio Migliano Neto, da 7.ª Vara da Fazenda Pública, a PM não pode promover “ações que ensejem situação vexatória, degradante ou desrespeitosa” contra os viciados nem os impeça de permanecer em via pública ou de se movimentar para outros espaços. Na prática, a abordagem só poderá ocorrer em caso de flagrante de consumo ou tráfico de drogas.

O governo estadual afirmou ontem, porém, que a liminar não interfere em nada na ação na cracolândia. “Se forem necessárias abordagens policiais diante de atitudes suspeitas, a polícia não tem como se furtar dessa atitude. Então não muda a atitude da Polícia Militar”, afirmou a secretária de Estado da Justiça, Eloísa Arruda. “A polícia precisa realizar seu trabalho. Se ela se aproxima e a população se desloca de um lado para outro, a polícia não tem como impedir.” O comandante-geral da PM, Roberval Ferreira França, foi na mesma linha: “A PM continuará com seu padrão de operações”.

Para os promotores Arthur Pinto Filho, Eduardo Ferreira Valério, Luciana Bergamo e Maurício Ribeiro Lopes - autores da ação -, o trabalho mencionado pela secretária se mostrou totalmente fracassado. “A cracolândia está lá, não acabou. Basta circular pela região para perceber que tudo continua como antes. A realidade se impõe no caso. Então é melhor nos entendermos e propormos outra medida que possa dar certo”, disse Arthur Filho, da Promotoria da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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http://brasil247.com/pt/247/brasil/72631/Justi%C3%A7a-pro%C3%ADbe-PM-de-atuar-na-Cracol%C3%A2ndia-em-S%C3%A3o-Paulo-Justi%C3%A7a-pro%C3%ADbe-PM-atuar-Cracol%C3%A2ndia-S%C3%A3o-Paulo.htm

Decisão atende a pedido do Ministério Público, que entrou com ação contra a chamada 'Operação Sufoco' no centro da cidade; governo Alckmin fica proibido de submeter a "situação vexatória e degradante" os usuários de drogas

31 de Julho de 2012 às 12:55
Fernando Porfírio _247 - A Justiça paulista proibiu, nesta terça-feira 31, o governo do Estado de realizar operações militares e submeter a "situação vexatória e degradante" os usuários de drogas da Cracolândia. A decisão é o do juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital. No caso de descumprimento da decisão, o magistrado estabeleceu o pagamento de multa diária no valor de R$ 10 mil. Cabe recurso.
A decisão, de caráter liminar, atende pedido do Ministério Público paulista, que entrou na Justiça com uma ação civil pública contra o governo Geraldo Alckmin, na qual pede indenização de R$ 40 milhões. A ação é contra a chamada "Operação Sufoco", iniciada em janeiro na Cracolândia, na região central da capital.
Na ação, o MP ainda pediu, em caráter liminar, que a Polícia Militar seja obrigada a se abster de realizar as chamadas "procissões do crack" – operações policiais em que viaturas cercam usuários que estão aglomerados e fazem com que eles andem de um lado para o outro para se dispersar.
Em janeiro, o MP havia atacado a operação do governo paulista na região da "cracolândia". De acordo com promotores de Justiça, o Estado não pode ser o "algoz do cidadão" nem o "chicote do pobre". Uma força tarefa formada pelos promotores de Justiça Eduardo Valério, Luciana Bergamo, Arthur Pinto Filho e Maurício Ribeiro Lopes, anunciou que iria investigar a responsabilidade pela operação classificada como "ilícita", "pouco inteligente" e de "resultados pífios".
A operação na "cracolândia" começou em 3 de janeiro. Uma semana depois, a Polícia Militar informou que prendeu 49 pessoas. Dos presos, 26 eram condenados pela Justiça. Nesse período, a ação retirou apenas meio quilo de crack de circulação no local. A quantidade representaria o consumo de apenas um dia entre os usuários da cracolândia.
A operação, que contou com policiais e órgãos es taduais e municipais ligados à segurança, saúde e assistência social, também retirou 61,3 toneladas de lixo das ruas. Segundo balanço da PM, 2.806 abordagens policiais foram realizadas. Os agentes de saúde encaminharam 33 pessoas para serviços de saúde, nove para hospitais e 28 para internação.
"O tráfico de drogas é questão de polícia, mas a dependência química é caso de assistência social e de saúde", afirmou o promotor de justiça Eduardo Valério. "Essa operação é uma tragédia que está servindo apenas para espalhar um problema que estava concentrado numa região específica da cidade", completou o promotor.
Valério também criticou a justificativa apresentada pelo governo paulista de que a operação na "cracolândia" tinha como objetivo o combate ao tráfico de entorpecentes. "Argumentar dessa forma é menosprezar a capacidade das organizações criminosas de operar o tráfico de drogas na capital paulista. Para minimizar e acabar com o tráfico é preciso operações lícitas e inteligentes", disse o promotor Eduardo Valério.
De acordo com os promotores de justiça, o Ministério Público foi pego de surpresa com a operação no início do ano. Desde 2009, o MP acompanhava a questão da dependência química na região atuando em conjunto com entidades civis e com a prefeitura. "Não sabemos o que motivou essa operação desastrada e a abertura do inquérito que anunciamos hoje, entre outras coisas, pretende encontrar uma resposta para o caso", disse o promotor Eduardo Valério.

FAVELA DO MOINHO NO BOM RETIRO VAI VIRAR ESTAÇÃO DE TREM

Governo vai contratar projeto funcional de linha que será interligada à 8-Diamante da CPTM; obras ficarão para a próxima gestão.

BRUNO RIBEIRO - O Estado de S.Paulo


O centro de Alphaville, região de condomínios de luxo em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, deverá ganhar uma linha de trem interligada com a Linha 8-Diamante da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O governo do Estado informou ontem que vai contratar o projeto funcional da nova linha nos próximos dias.

As obras do ramal, entretanto, devem começar somente no fim de 2014, ou até mesmo em 2015, segundo o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Ele afirmou que, até o fim da atual gestão, em 2014, fará todos os projetos: funcional, básico e executivo. E, "depois de 2014", executará as obras.

"O modal da linha vai ser definido pelo projeto funcional, até porque é o projeto que vai identificar a demanda exata da linha. Pode ser um monotrilho, um VLT (veículo leve sobre trilhos) ou outro modelo", disse o secretário, incluindo ainda um trem convencional entre as opções.

"É uma linha nova. Não tínhamos muitos planos para executar esse projeto. Mas a população de lá passou a questionar por que não poderia haver uma linha de trem para atender Alphaville", completou o secretário.

O traçado que será estudado é um "U" invertido, partindo da Estação Sagrado Coração, chegando à Estação Barueri (ambas na Linha 8). Planos antigos apresentados pelo Metrô, em 2010, propunham outro traçado - saindo da Estação Antônio João, na mesma cidade, até Carapicuíba (também na Linha 8). O investimento necessário para tirar o ramal do papel não foi estimado pelo governo.

Nova estação. A Favela do Moinho, no Bom Retiro, região central de São Paulo, vai virar uma estação de trem, conectada com as Linhas 7-Rubi e 8-Diamante. O projeto funcional já está em andamento. A ideia é desafogar a Luz, superlotada desde a inauguração da Linha 4-Amarela do Metrô, no ano passado.

A estação será projetada tanto para funcionar na superfície quanto para ser subterrânea.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

CRACK RONDA NOVAMENTE CAMPOS ELISEOS NA CAPITAL - ANO ELEITORAL - DENUNCIE


O que os seus candidatos a Prefeito e Vereador vão fazer contra as drogas?

quinta-feira, 19 de julho de 2012

2016 - CENTRO CULTURAL LUZ

Herzog & De Meuron
Centro cultural, São Paulo

23 de Maio de 2012. 

Versão atual de uma das imagens conceituais do projeto, representado já com suas dimensões reduzidas.
A praça entre o centro cultural e a Sala São Paulo/Secretaria de Estado da Cultura seria espaço estratégico, de acesso e conexão entre as duas edificações
Luz se prepara para o projeto 343
Março será decisivo para o projeto do Complexo Cultural Luz, que os suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron estão desenvolvendo para a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Devem ocorrer as audiências públicas de apresentação e debate do projeto e, assim, “é provável haver, já em dezembro, alguma movimentação no terreno”, declara o secretário da Cultura, Andrea Matarazzo, confiante na maturidade do trabalho.


A partir de 2013 devem ser três anos de construção e, assim, em meados de 2016, os amantes da música e dança terão à disposição uma espécie de parque tropical habitável, na região central da capital paulista.
A malha de áreas verdes da região da Luz embasa conceitualmente o projeto. Sua linguagem fluida orientou o desmembramento da caixa do teatro em dois volumes paralelos




O Complexo Cultural Luz, projeto do escritório suíço Herzog & De Meuron, é um misto de escola e centro de espetáculos, abrigados em um edifício de concreto composto por lajes superpostas e deslocadas em malha ortogonal, totalizando 200 metros de comprimento por 90 metros de largura.
Por três meses acompanhamos a equipe que está desenvolvendo a muitas mãos o Complexo Cultural Luz. Faltam dois ciclos, do total de dez, para a finalização do projeto básico, com o que se pretende pré-qualificar as construtoras e planejar o edital da obra.
Herzog, De Meuron e Ascan Mergenthaler, sócio do escritório suíço, trabalham em sincronia com os seus parceiros de engenharia, acústica, instalações,eficiência energética, estrutura, fachada e paisagismo, entre os quais figura o time brasileiro que dá o suporte local e interfere nas decisões de projeto.
Está a cargo da inglesa TPC - Theatre Project Consultants a consultoria de teatro, e aos conterrâneos da Arup os projetos de estrutura, sustentabilidade e instalações, desenvolvidos em parceria com os brasileiros da Contag (fundações), Favale (estrutura), L&M (instalações), Proassp (impermeabilização) e Empro Engenharia (elevadores).
Já os alemães da Mueller- BBM concebem a acústica e os sistemas de fachada em conjunto com a consultoria local de Paulo Duarte e Harmonia Acústica, enquanto os cariocas de Bernardes e Jacobsen Arquitetura tropicalizam o projeto arquitetônico e Isabel Duprat concebe o paisagismo.
Todos coordenados no Brasil por José Luiz Canal, o engenheiro- -arquiteto que esteve à frente da obra da Fundação Iberê Camargo, de Álvaro Siza, em Porto Alegre.
“Nossa tarefa é a da construção com alto padrão e excelência técnica.
Este modelo simula a interação dos fluxos na rampa central do complexo cultural
As salas de aulas deverão ter fechamentos envidraçados, com generosa iluminação natural e vista para um dos jardins propostos no projeto paisagístico
Conceitualmente, o projeto é o somatório de lâminas sobrepostas e entrecruzadas
Se a Fundação Iberê Camargo é um relógio que funciona bem, é porque teve um time competente”, ele analisa. Simultaneamente ao projeto paulista, estão nas pranchetas deste time de consultores projetos arquitetônicos e urbanísticos na Ásia, Europa e Américas.
A cada etapa corresponde a aprovação pela Secretaria da Cultura, refinando-se passo a passo não apenas a efetivação do conceito arquitetônico, como também os preparativos para a construção com tecnologia nacional.


Programa consolidado
As imagens a seguir refletem o estado atual do projeto, consolidada a revisão do programa que ocorreu no final de 2010.
Reduziu-se a área construída de 90 mil para 70 mil metros quadrados e “o projeto respirou, reconquistando a transparência e a permeabilidade do conceito arquitetônico”, analisa Matarazzo.
O programa atual contempla a criação de três teatros - o de dança, o experimental e o de recital, respectivamente com capacidade para 1.750, 400 e 500 espectadores -, as instalações das sedes da Escola de Música Tom Jobim e da São Paulo Companhia de Dança, além de áreas sociais, administrativas, técnicas e estacionamento para 850 veículos.
É intensa a agenda de entregas e reuniões remotas do time de projeto, entremeadas por workshops realizados no escritório Herzog & De Meuron na pequena cidade suíça de Basel.
A sede do estúdio e os escritórios-satélites de Nova York, Madri, Hamburgo e Londres (estuda-se a possibilidade de criação de uma unidade em São Paulo quando começar a construção na Luz) reúnem os 356 profissionais vindos de vários continentes e organizados nos grupos dos cerca de 40 trabalhos que estão em desenvolvimento atualmente. Deles, o número 343 é o que identifica o projeto de São Paulo.
A sala de trabalho 343 é a própria memória do projeto. Há maquetes sobre mesas, armários e nichos suspensos e as paredes de livre acesso são tomadas por impressos de diagramas, plantas, planos de massa, programas, cortes e todo tipo de imagem relativa aos assuntos em discussão em cada fase do trabalho.
A dupla de impressos e modelos funciona, então, como extensão da atuação individual de cada membro da equipe, sempre à mostra, a fim de revelar o estado do projeto.
Perspectiva aérea na longitudinal do complexo, localizado no centro da imagem. O edifício é paralelo à Sala São Paulo/Secretaria de Estado da Cultura, contrastando a linguagem oitocentista desta e a fluidez do novo complexo cultural


Esta maquete 1:200 simula as ideias do projeto paisagístico na etapa atual de desenvolvimento do trabalho.
Árvores altas e esguias no interior da edificação fariam frente à malha intrincada de pés-direitos distintos,
enquanto as de grande porte, nas bordas transversais do complexo, filtrariam as visuais e acessos
Vistas conceituais do projeto desde as ruas envoltórias
O material está organizado em grupos, que correspondem aos vários subprogramas do centro cultural - os teatros, as escolas de música e de dança, os espaços públicos, o paisagismo, os elementos e os sistemas arquitetônicos.
“Temos equipes para esses programas e cada arquiteto passa muito tempo testando com os modelos as ideias propostas.
Nossas maquetes servem como instrumento de precisão, não para criar formas imediatamente”, relata Tomislav Dushanov, um dos líderes do projeto.
O processo sequencial de trabalho, então, ganha traço orgânico, porque as decisões de cada etapa interagem de tal forma que o projeto é ajustado, intelectualmente, a todo momento.


A sedução dos teatros


“Teatros são edificações instigantes, misto de ciência, arte, arquitetura e tecnologia”, reflete David Staples, um dos líderes da TPC em Londres.
Refazendo os passos de cerca de quatro décadas dedicadas à profissão, com 56 países na rota de trabalho, ele contabiliza milhares de teatros de drama pelo mundo, centenas de salas de concerto, muitas casas de ópera, mas poucos teatros de dança, como o que se pretende construir em São Paulo. Acontece que o campo de visão é mais restrito no teatro de dança.
Quanto mais frontal e em menos desnível o espectador estiver em relação aos bailarinos, melhor; e a acústica deve privilegiar o som natural em detrimento do amplificado, para haver o equilíbrio entre o que se ouve e o que se vê.
Demandas desse tipo é que tornam ambicioso o projeto paulista, sobretudo quando se pensa no elevado grau de exposição e transparência da arquitetura que Herzog & de Meuron conceberam. “Será um ícone sul-americano”, opina o secretário Andrea Matarazzo.
Foi da janela da sala do então secretário da Cultura, João Sayad, que em 2008 Staples vislumbrou pela primeira vez o terreno de 18 mil metros quadrados reservado ao complexo cultural, na época ocupado por edificações de pequeno porte e pela galeria de comércio popular que nos anos 1990 se instalou na sede da antiga rodoviária de São Paulo. Deles, resta atualmente apenas o prédio do Corpo de Bombeiros, quase no centro do lote plano.
Rememorando o início do projeto, Staples assinala que há sempre uma pressão artística para manter o teatro o menor possível - “porque teatros são locais de comunicação intimista” - e outra, comercial, para fazê-lo maior.


Axonométrica de distribuição dos teatros
A. Teatro de dança
B. Teatro experimental
C. Recital



Axonométrica assinalando os espaços da escola de música e dança



Vistas conceituais do projeto desde as ruas envoltórias
Ele continua “entusiasmado com a complexidade intelectual” do projeto de São Paulo, com a autoridade de quem está no processo desde o planejamento estratégico, passando pela eleição dos arquitetos - Norman Foster, Rem Koolhaas, Cesar Pelli e Herzog & De Meuron foram entrevistados e elaboraram propostas para o complexo cultural -, elaboração do intrincado programa e, agora, o acompanhamento do seu estabelecimento pela arquitetura.
No fim de uma tarde ensolarada de novembro passado, com a avenida Paulista tomada por passeata estudantil, Staples iniciou a conversa sobre o projeto do complexo da Luz elogiando o desempenho de Jacques Herzog na palestra da manhã anterior, no Auditório Ibirapuera, para plateia predominante de estudantes de arquitetura.
“Jacques foi um excelente ator, com excelente script”, sentencia Staples, referindo-se à opção do suíço de falar sobre a fatura do seu trabalho através dos projetos de três pequenos pavilhões.
Toda a complexidade de um Pritzker implícita em imagens de aparente simplicidade foi momento marcante para Staples: “Acredito que, dos star architects, Jacques e Pierre são os mais próximos de não terem estilo”, ele conclui.


Simplicidade complexa


No caso do projeto paulista, a ausência de estilo (formal) se dá pela recusa à criação de um objeto coeso, escultórico. Não há ícones à mostra, não há malabarismos formais ou excentricidades tecnológicas, nem mesmo saltam aos olhos, em meio à cidade, os volumes dos teatros.
Na análise de Thiago Bernardes trata-se, antes, da visão estrangeira de um parque tropical, verde, transparente e vazado, habitado ainda pelas escolas, conjunto de teatros e facilidades do centro cultural.
O raciocínio conceitual é que há no bairro da Luz uma centralidade urbana (cultural e paisagística) que pode ser revelada materialmente, e o projeto, com sua morfologia de escola-parque ou bloco pavilhonar sem muros, mimetiza essa relação especial do construído com a massa verde, latente na área.
O edifício sem fachadas é apreendido como balcões soltos e suspensos, visíveis da rua em meio às copas das árvores.
Assim, se o programa não é o de um teatro ou uma escola isoladamente, mas de um conjunto deles, não há hierarquia primária a se comunicar com a arquitetura.
Elege-se, ao contrário, uma sensação do lugar - vazado, verde, transparente e de conexão entre edifícios de programas compatíveis -, que está na origem do conceito do projeto.
Embora as lajes sobrepostas e deslocadas entre si percorram todo o limite do terreno, não há a contrapartida de um prédio monolítico de concreto, algo semelhante a um exemplar modernista corbusieriano.
Na via oposta, a arquitetura fluida resulta da ausência de fachadas e dos vazios criados pelos balanços e afastamentos entre lajes, tanto nas bordas quanto no interior da edificação.
É desse espaço vazado e da malha intrincada de pés-direitos - que variam de quase três a 15 metros - que tira partido o projeto paisagístico de Isabel Duprat, com o qual se pretende enquadrar com jardins cada janela das salas de aulas.
Cerca de duas centenas de árvores e forrações com texturas inspiradas na mata tropical estão sendo consideradas para o projeto, além de espelhos d’água que, no térreo, pretendem refletir a luz natural que atravessa as aberturas das lajes de cobertura.
O paisagismo está estruturado em faixas nas bordas do edifício que se destinam tanto à integração da arquitetura com o eixo verde da Luz quanto à transição dos domínios públicos para os semipúblicos.
Já nos interiores, um jardim transversal, com dez metros de largura, vai demarcar a rampa suspensa e central que terá a função de ordenar os fluxos.


Uma das imagens impactantes do complexo é justamente a da lâmina contínua e transversal com que a rampa se projeta no ambiente externo. Suas dimensões, traçado e conexão com os foyers dos teatros e áreas de ensaio de dança e música indicam que a rampa, além de elemento distribuidor de fluxos, deverá funcionar como importante ambiente interno de estar, suspenso, a partir do qual se pode visualizar toda a complexidade de organização do programa.
Os teatros, distribuídos em implantação triangular, cada qual próximo a uma face do edifício, são envolvidos pelas instalações das escolas, áreas de entretenimento, estar, administrativas e técnicas, devidamente afastadas entre si de modo a preservar a fluidez, a transparência e a simultaneidade de atividades.
Numa das maquetes 1:200, por exemplo, as salas de ensaio estão representadas por invólucro transparente, mas o que está em processo nesse momento é a eleição da materialidade de cada superfície interna de vedação.
Há múltiplas visuais inter- -relacionadas, pois os recuos entre lajes geram vazios que explicitam a totalidade do programa no domínio interno, de modo que a simples aparência conceitual tenha em contrapartida uma intrincada rede de articulações que desafiam a engenharia e a arquitetura.
É essa complexidade que mantém engajados todos os membros da equipe do projeto.


Texto de Evelise Grunow
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 385 Março de 2012

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Grande abraço
Ary Neto

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Pontos Turísticos de Campos Eliseos - Palacete de Campos Eliseos

Revitalização da região do bairro Campos
Elíseos fica restrita à fachada de palácio


Quem passa pela avenida Rio Branco se impressiona com a fachada rica em detalhes e cores em meio a uma região degradada no centro da cidade de São Paulo. Depois de reforma bancada pela iniciativa privada que custou R$ 5 milhões e durou três anos, o Palácio Campos Elíseos ganhou de volta os tons originais do projeto do final do século passado. Embora sua nova função já esteja definida - hoje a casa está desocupada -, a restauração do edifício ainda não acabou (falta arrumar o interior e a revitalização do entorno está parada).
Em 2007, a pedido do então governador José Serra (PSDB), uma equipe de professores da Faculdade de Arquitetura da USP (Universidade de São Paulo) se empenhou em redesenhar o interior do palacete para abrigar novamente a residência oficial do governador. O projeto também propunha intervenções urbanísticas no entorno como uma forma de revitalizar essa área degradada da cidade.

O diretor da FAU -USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), Silvio Sawaya, um dos autores do projeto, explica que a ideia era concentrar funções públicas e culturais na região para reintegrar os bairros do Pari, Campos Elíseos e Bom Retiro.

Mas, com a saída de Serra para concorrer à Presidência da República, não há sinal de que o estudo será colocado em prática pelas próximas gestões. O professor de história da arquitetura da USP Nestor Goulart avalia que a demora na implantação de projetos de restauração é reflexo da falta de prioridade e de experiência em iniciativas de revitalização.

- A reforma externa é um passo importante para a restauração de um patrimônio cultural e arquitetônico da cidade. Mas é preciso atribuir logo uma função a ele e estender essa revitalização para o entorno. Caso contrário, a recuperação fica restrita aos muros. Vira uma revitalização de fachada.

Já a historiadora Maria Cecília Naclério Homem, autora do livro O Palacete Paulistano, avalia que não há interesse em conservar a história arquitetônica da cidade.

- Há um grupo de palacetes importantíssimos em volta do Palácio Campos Elíseos, mas não há vontade pública para conservá-los. Não é ignorância. É mediocridade. 
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Procurada, a Secretaria Estadual de Planejamento disse apenas que “a possibilidade de sua execução depende de estudos e análises que oportunamente deverão ser realizados”. De qualquer forma, a intenção de transformar o terceiro andar do palacete na casa oficial do governador já foi descartada.
O orçamento de R$ 20 milhões será destinado agora a transformar o interior do edifício em um espaço para eventos, aberto à visitação do público, e que ainda poderá ser utilizado como gabinete do governador no centro da cidade. Isso dependerá da conclusão do projeto e da abertura da licitação que vai contratar a empresa para fazer o serviço, o que deve acontecer ainda neste semestre, segundo a secretaria. A previsão é de que a reforma dure 18 meses.

A estimativa de gastos com as reformas interna e do entorno, propostas pela equipe de arquitetos da USP, é avaliada em quase R$ 215 milhões – o que inclui a criação de uma esplanada cívica (jardins, passeios e pavilhão de eventos ao redor da casa), a construção do Teatro de Dança e a desapropriação de imóveis. A autora do livro sobre os palacetes de São Paulo lembra que os projetos de revitalização sempre estiveram atrelados à iniciativa privada.

- Por um lado, o capital privado acelera o processo de revitalização da área. Por outro, é sempre a especulação imobiliária que vai definir qual construção será ou não reformada. Além disso, o público geralmente acaba sendo impedido de visitar essas construções, que são patrimônios da cidade.

Já para Sawaya, o Estado tem verba para arcar com o projeto de reurbanização da área, mas poderia propor um esquema misto de investimento, as chamadas PPP (parcerias público-privadas).

- O Estado não deixa de participar da revitalização e ainda pode contar com o apoio do capital privado.

A Secretaria de Planejamento informou que a reforma da parte interna sairá dos cofres públicos. Já a reforma da parte externa do Palácio Campos Elíseos, que custou cerca de R$ 5,3 milhões, foi patrocinada por cinco empresas e gerenciada pela Fundação Energia e Saneamento, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O restauro se preocupou essencialmente em redescobrir as cores e os detalhes da fachada. A arquiteta Maria Vitória Fischer, uma das responsáveis pelo trabalho, relata que as várias camadas de tinta aplicadas ao longo dos anos esconderam os ornamentos do projeto original.

Nova função
Arquitetos e governo divergem quando o assunto é a função que o palácio deve ter após a reforma. Para Maria Cecília, o palacete poderia novamente abrigar um órgão público e fazer valer o investimento feito no projeto de restauro. Já para Goulart, a construção histórica deveria receber sua função original. O palacete serviu de residência a um empresário em fins do século 19, foi sede do governo até os anos 60 e de secretarias de Estado depois disso.

- A experiência internacional mostra que a melhor forma de conservar um imóvel histórico, como o Palácio Campos Elíseos, é devolver a ele sua função original. Cada secretaria que passou por ali achou que poderia fazer um puxadinho como bem quisesse.

O palácio foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Haussler, em 1890, por encomenda do empresário Elias Chaves, figura política influente na elite paulistana. Mais de cem anos se passaram e diversas mudanças foram feitas na construção, tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico) em 1977.

Alguns cômodos do Palácio Campos Elíseos, apesar de desgastados, preservam traços e materiais do projeto original. Já no primeiro andar, é possível perceber como os espaços foram desconfigurados para abrigar repartições públicas. Depois da última desocupação, em 2002, restaram carpetes e cortinas, instalações e fios expostos, além de paredes de gesso que dividiam os ambientes.

A Secretaria de Planejamento afirma que fará poucas intervenções dentro do imóvel, pois ele será apenas um espaço eventual para despachos e reuniões de representantes do governo. As mudanças, completa a pasta, não serão como as que foram já feitas na época em que o palácio serviu como secretarias do Estado.
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Grande abraço Ary Neto

segunda-feira, 9 de julho de 2012

COMPLEXO CULTURAL LUZ 2016


By Metro Cultura - Thais Azevedo - 03/2012

Projeto da Secretaria de Estado da Cultura terá 70 mil m2 área construída e teatros para apresentações de dança, música, teatro e ópera. Obras começam no próximo ano.
Foram cerca de sete meses de discussão e adaptação até que o projeto do Complexo Cultural da Luz fosse, finalmente, aprovado.
O edifício, anunciado como o maior do gênero na América Latina, é visto pelo secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, e pelo governador Geraldo Alckmin como peça fundamental do processo de revitalização da Nova Luz.
“Também é necessário que as pessoas voltem a morar no Centro, deixando- o com 24 horas de vida”, diz o governante.Idealizado pela Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a empresa inglesa Theatre Projects Consultants (TPC) e com apoio do Governo do Estado de São Paulo, o espaço reunirá três teatros, restaurantes,
café, loja e as sedes da escola de música Tom Jobim e da São Paulo Companhia de Dança. O total, 70 mil m2 de área construída, deve ficar pronto até 2016, de acordo com Matarazzo, que apresentou o projeto ao lado de Alckmin durante evento na manhã de ontem. A arquitetura do local ficou a cargo do escritório suíço Herzog & de Meuron, que tem entre seus representantes o brasileiro Marcelo Bernardi. “Projetamos o complexo de modo que ele se integrasse à área verde, rica no local. Também priorizamos a luz natural”, conta. O Complexo Cultural da Luz deve custar R$ 500 milhões, mas o valor, segundo Matarazzo, ainda não está fechado. A previsão de início das obras é para o primeiro semestre de 2013.  “A revitalização de uma cidade não termina nunca, é constante.”
MATARAZZO, SOBRE PROJETOS DE REQUALIFICAÇÃO DA NOVA LUZ
Perspectiva do pátio interno Os números do complexo O Grande Teatro, destinado a apresentações de música, dança, teatro e ópera, contará com 1.750 lugares; A Sala de Recitais comportará 500 pessoas; No Teatro Experimental, a capacidade será de 400 espectadores; O edifício terá 5 andares; 850 é o total de vagas do estacionamento; O terreno de 19 mil m2 terá 70 mil m2 de área construída. Cerca de R$ 500 milhões serão investidos no projeto.



segunda-feira, 30 de abril de 2012

Do Minhocão ao Ceagesp: um novo zoneamento


SP precisa de grandes projetos urbanos como Puerto Madero. Sem isso, áreas serão tomadas por agentes preocupados só com os seus empreendimentos.
Os quatro anos do mandato do futuro prefeito são um período decisivo para a cidade.
As sugestões abaixo visam contribuir para a reflexão e com o debate sobre os rumos que agora se abrem. Elas se baseiam nos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Urbem, que busca conceber, estruturar e viabilizar intervenções urbanas de grande escala em São Paulo.
Dois pontos são essenciais para a construção de uma cidade agradável e democrática: boas políticas públicas e bons projetos urbanos.No plano das políticas públicas, é urgente revisar o Plano Diretor e Código de Obras, para promover regras de zoneamento mais equilibradas.
Experiências em todo o mundo demonstram que as zonas com uma função única são mais vulneráveis à violência e à ocupação criminosa.
Vias que abrigam apenas escritórios se esvaziam em horários não comerciais, tornando-se propícias à realização de atividades ilícitas e alvo de depredadores e criminosos. Da mesma forma, bairros apenas residenciais são naturalmente mais ermos e, portanto, mais suscetíveis e expostos ao crime e à violência.
A revisão do Plano Diretor e do Código de Obras pode também acabar com distorções como a que prevalece na região central de São Paulo, onde encontramos, por exemplo, a ampla e majestosa avenida Rio Branco dotada de edificações menores e degradadas, que não condizem com a dimensão física e a infraestrutura viária do local.
Resultado: vê-se ali a degeneração do tecido urbano, com praças vazias e monumentos depredados.
Os equívocos que levaram à degradação do centro causaram o surgimento prematuro de novos núcleos, como as avenidas Paulista e Faria Lima. Corrigi-los passa pelo ajuste dos índices construtivos e das regras de zoneamento.
A política habitacional deve reverter o esvaziamento da região central com uma ampla verticalização, que gere mais espaços públicos e áreas verdes e enseje a construção de imóveis para todas as classes sociais -é imprescindível promover a miscigenação de classes sociais, dissolvendo as fronteiras entre bairros "de pobres" e bairros "de ricos", que resultam apenas no ressentimento e na polarização da sociedade.
No âmbito dos projetos urbanos, é recomendável o foco em propostas de grande porte.
São Paulo vive um dos processos mais vigorosos de desconcentração industrial em curso no planeta. Áreas urbanas previamente ocupadas por indústrias, galpões, armazéns ou entrepostos buscam novas vocações. Sem um marco regulador forte, essas áreas serão tomadas por agentes imobiliários preocupados unicamente com seus empreendimentos, sem nenhuma consideração com a geração de bens públicos.
Na concepção, estruturação e execução de novos projetos urbanos, a prefeitura deve manter uma interlocução que não esteja limitada às construtoras e empreiteiras, ouvindo, consultando e mobilizando tanto a sociedade civil quanto instituições e organizações privadas.
Não temos, em São Paulo, nenhuma intervenção urbana como Puerto Madero, em Buenos Aires, ou o More London.
Nossas Berrinis, Paulistas e Faria Limas, quando comparadas a intervenções realizadas em outras grandes cidades, são inferiores em qualidade urbanística e arquitetônica. Nossos projetos sempre foram tímidos em escala e sofisticação.
Não é difícil apontar alvos para o próximo mandato: a área industrial do Jaguaré, o Ceagesp, o projeto do Hidroanel (que pode revolucionar o sistema de drenagem da cidade), o entorno do Rodoanel, o Minhocão e suas vizinhanças. É preciso também ampliar e revitalizar espaços públicos. Praças, calçadas, passeios, museus e ciclovias tornam a cidade mais acolhedora.
Em 1870, éramos 30 mil habitantes. Em 140 anos, chegamos a 20 milhões na região metropolitana. Foi um curto e explosivo processo de urbanização que privou São Paulo das marcas de sua história.
Na ausência de grandes monumentos históricos, de uma natureza exuberante e sob o influxo do crescimento desordenado, São Paulo tem de planejar cuidadosamente o futuro -um futuro no qual as novas tecnologias sejam aplicadas para a solução dos problemas urbanos e em que os cidadãos sejam prioridade absoluta.

MARISA MOREIRA SALLES, 53, editora e artista gráfica, é coordenadora do projeto Arq.Futuro (www.arqfuturo.com.br

domingo, 11 de março de 2012

Pontos Turísticos de Campos Eliseos - Sala São Paulo

No bairro de Campos Eliseos que pertence ao Distrito de Santa Cecilia na cidade de São Paulo existem vários pontos turísticos, esta semana vamos falar da melhor sala de música de São Paulo, creio que a melhor do Brasil.
A famosa SALA SÃO PAULO, localizada na Praça Julio Prestes, no coração de maior metrópole do Brasil e da América do Sul.O imponente edifício da Estrada de Ferro Sorocabana abriga hoje a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e uma das mais importantes casas de concertos e eventos do País.
Projetado por Christiano Stockler das Neves em 1925 ―período em que a cidade, estimulada pelo café e pela ferrovia, crescia em ritmo acelerado― o prédio, marcado pela sobriedade dos ornamentos e detalhes do estilo Luís XVI, seria concluído somente em 1938, quando a urbanização de São Paulo já se caracterizava pela presença de automóveis, minimizando a utilização de bondes e trens.
As principais áreas do edifício já vinham sendo locadas para a realização de festas e eventos institucionais quando, em 1997, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo assume seu controle para transformá-lo no Complexo Cultural Júlio Prestes.
Situada no centro da Cidade, vizinha da Pinacoteca do Estado e do Museu de Arte Sacra, a Sala São Paulo fez realizar o potencial de revitalização da região.
Tombada como patrimônio histórico pelo Condephaat, a Sala São Paulo foi inaugurada em 9 de julho 1999 com a apresentação da sinfonia A Ressurreição, de Gustav Mahler, pela Osesp, para ser mantida como importante marco de nossa cidade.


Desejo que a matéria seja interessante e façam uma visita a esta sela magnífica, aos domingos entradas vips são liberadas as 10hs em caso de disponibilidade de assentos vagos.

Grande abraço e Viva São Paulo.
Ary Neto 
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O PROJETO ACÚSTICO
Por José Augusto Nepomuceno

O forro móvel é importante, mas não é tudo. A qualidade acústica da Sala São Paulo pousa e repousa em um universo grande, delicado, quase intangível de detalhes raramente comentados, mas dos quais dependem as nuances da música que ali é ouvida. O forro móvel sozinho não faz a qualidade acústica da Sala São Paulo ―e não faria de qualquer outra sala de concertos―. Ele é um aspecto importantíssimo da sala e ficará como uma marca registrada; mas, tenho certeza, não faz a missa toda.
Muitas das salas consagradas, veneradas por músicos, maestros e amantes da música sinfônica, não têm forro móvel ou qualquer dispositivo de ajuste acústico. Embora suas origens datem dos anos 60, a acústica ajustável é uma tendência que ganhou espaço nos projetos de novas salas apenas nos últimos 30 anos graças aos esforços de grandes mestres do design acústico como Kirkegaard, Jaffe, Tanaka e Johnson.
A geometria da Sala, a disposição dos balcões, o desenho das frentes dos balcões, o posicionamento do palco, a inexistência de carpetes ou cortinas, a espessura da madeira do palco, o desenho das poltronas, paredes pesadas, as irregularidades da arquitetura eclética do edifício existente compõem na Sala São Paulo um importante elenco de pequenas contribuições absolutamente fundamentais para a qualidade do seu clima acústico.
Se a Sala São Paulo tivesse o forro móvel correto, mas todos os demais elementos fossem incorretos, certamente a qualidade do clima acústico seria muitíssimo inferior. Mas se a Sala tivesse um forro fixo, com uma altura correta, e com todos os demais elementos corretos, seria menos versátil, a arquitetura existente seria menos valorizada e, mesmo assim, poderia chegar a ser acusticamente excelente.
Então para quê um forro móvel? Para quê ajustar a acústica da Sala?

RAZÕES MUSICAIS PARA UM FORRO MÓVEL
O projeto de salas de concerto, principalmente na segunda metade do século XX, tem procurado atender adequadamente a uma ampla gama do repertório sinfônico. Assim, embora seja possível construir uma sala de concertos de sucesso com uma ‘assinatura acústica fixa’ e tamanho único, o estado-da-arte nesse campo vem sendo o de projeto de salas que podem ser alteradas de maneira a atender a demanda acústica de espetáculos diferentes. Estas variações podem ser obtidas via eletrônica ou com mudanças na arquitetura da sala. Uma sala de referência, como deveria ser a Sala São Paulo requeria um projeto no estado-da-arte; assim, optou-se pela arquitetura variável e pela acústica ajustável.
Para garantir essa flexibilidade acústica foi proposto um forro totalmente móvel, cujo deslocamento faria variar o volume da Sala, criando ademais um ‘espaço acústico acoplado’, situado entre o forro e o piso técnico (onde estão alojados os equipamentos de acionamento do forro). O som atinge não só o forro mas o espaço acoplado, e com isso podem ser alteradas algumas nuances na resposta acústica da Sala. A potência e as características de reverberação deste espaço acoplado podem ser sintonizados por meio de bandeiras acústicas de veludo, que são acionadas ou recolhidas a partir de mecanismos situados no piso técnico. Tais bandeiras, por estarem acima do forro móvel, não são vistas pelos ouvintes, mas sua presença é certamente ouvida.
O forro é composto por quinze painéis, com espaçamento estrategicamente definido; sua movimentação permite o aumento controlado do volume da Sala e de seu tempo de reverberação.
Mas por que variar o tempo de reverberação? Cada tipo de música foi criado para um tipo de espaço e portanto com características diferentes de reverberação. Por exemplo, alguns tempos de reverberação preferidos de músicos, maestros e engenheiros de som são: sinfonias do ‘clássico’ como a Júpiter de Mozart: 1,5 segundo; sinfonias do ‘romântico’ como a Quarta de Brahms: 2,1 segundos; peças contemporâneas como A Sagração da Primavera de Stravinsky: 1,7 segundo.
O tempo de reverberação indica a demora verificada entre a emissão de um determinado som até esse som tornar-se inaudível. Uma sala reverberante é chamada de ‘viva’ e, ao contrário, uma sala com baixo tempo de reverberação é chamada de ‘morta’ ou ‘seca’. Teatros para palavra falada exigem tempo de reverberação curto para garantir a inteligibilidade do que é dito. Auditórios que usam amplificação eletrônica são tipicamente ‘mortos’, ‘secos’. Quando alguém toca um instrumento acústico neste tipo de ambiente parece que o som viaja até a primeira fileira de poltronas e aí...morre!
Em recitais, a definição (clareza) é um elemento fundamental e por essa razão a Sala São Paulo deve estar menos reverberante. O forro é colocado a uma altura baixa, com quase todos os painéis ajustados no mesmo nível. Peças orquestrais de Haydn, por exemplo, não precisam de muita reverberação, mas o forro é colocado um pouco mais acima, aumentando o volume de ar dentro da Sala, resultando em um tempo de reverberação um pouco mais alto. Para peças do ‘romântico’ é necessário um pouco mais de reverberação que nos exemplos anteriores e os painéis sobem mais. Em peças como o Réquiem de Brahms ou a Ressurreição de Mahler os tempos de reverberação são mais longos e o ‘loudness’ do som é elevado, exigindo regulagens diferenciadas, permitindo grande passagem de som entre a plateia e o espaço acoplado sobre o forro móvel.
O forro móvel consegue, portanto, além de uma simples regulagem ‘forro alto = alto tempo de reverberação’, ‘forro baixo = baixo tempo de reverberação’, mais experimentações em alterar a clareza em um ambiente de tempo de reverberação ajustável.
Um breve histórico da relação entre música, acústica e arquitetura pode ajudar a compreender melhor essa interdependência.
O período barroco (1600 – 1750) tem, entre alguns dos seus melhores exemplos, as obras de Bach, Händel, Corelli e Vivaldi. A música barroca era executada em espaços relativamente pequenos com as paredes acusticamente duras coma as dos salões de baile palacianos, que tinham considerável ‘intimidade’ quando ocupadas e tempo de reverberação na ordem de 1,5 segundo. Os compositores eram familiares com esse tipo de ‘ambiente acústico’ e as músicas eram escritas para ele.
Até hoje preferimos ouvir este tipo de música em ambientes pequenos, acusticamente íntimos e com baixos tempos de reverberação. Note-se que o termo ‘intimidade’, em acústica, refere-se à sensação subjetiva de que a música está sendo tocada em um ambiente de pequena dimensão; algumas vezes se fala de uma sala que tem ‘presença’, é acusticamente acolhedora. Entretanto, algumas peças de Bach, escritas para serem tocadas em igrejas, solicitam tempos de reverberação razoavelmente longos.
No período clássico, caracterizado pelas sinfonias de Haydn, Mozart e Beethoven, o uso de tempos de reverberação mais longos acompanha também o crescimento (em termos de dimensão) das salas de concertos. As primeiras salas de concertos ‘autênticas’ foram construídas na última metade do século XVIII e mostram enorme influência das salas das cortes. A Holywell Music Room em Oxford na Inglaterra, que foi completada em 1748 e recentemente renovada, tem capacidade para 300 pessoas e quando totalmente ocupada tem tempo de reverberação de 1,5 segundo.
No fim do século XVIII até meados do século XIX o gradual crescimento da popularidade de concertos acabou obrigando o crescimento das salas, que passam a ter um tempo de reverberação superior; essa tendência foi acompanhada de um aumento na presença tonal da música executada e no valor ‘dramático’ da música; ao mesmo tempo a ‘clareza’ sonora, típica da música escrita no estilo clássico, era preservada devido à geometria retangular de salas ‘estreitas’.
Alguns compositores criam peças pensando em uma sala de concerto específica. Por exemplo, Wagner compôsParsifal expressamente para seu Festspielhaus em Bayreuth, na Alemanha, e Berlioz compôs o Réquiem para Les Invalides em Paris, França.

UMA SALA DE CONCERTOS AFINADA E AJUSTADA
Ter uma sala que possa regular sua acústica, como a Sala São Paulo, é interessante para acomodar essas e outras sutilezas acústicas. Quando o forro sobe ou desce, ele aumenta ou diminui o volume de ar dentro da sala. Este movimento altera efetivamente o dimensionamento físico e, consequentemente, o tempo de reverberação do som. Mas há outros fatores igualmente importantes na regulagem acústica de uma sala.
Salas de concerto são espaços para música e exigem tempos de reverberação mais longos que os teatros, garantindo a clareza na audição da música, dando vida à sala, permitindo que ela ‘cante’. E para que a sala possa cantar (e encantar) é preciso que responda com excelência acústica e generosidade. Nada de acanhamentos, da acústica abafada de cinemas e teatros ‘secos’. Hope Banegal afirmava que todo auditório deriva de duas classes: os que evoluíram dos sons das cavernas e os que evoluíram do som ao ar livre. As salas de concerto evoluíram das cavernas e os teatros do som ao ar livre.
Uma sala tem ‘especialidade’ se a música executada parece para o ouvinte como sendo tocada por uma fonte mais larga que a largura visual da fonte em si (no caso, a orquestra). Este atributo é chamado de ‘largura aparente da fonte’. Na Sala São Paulo, sendo retangular e ‘estreita’, as reflexões primárias do som chegam lateralmente e parecem ‘alargar’ a fonte, dando a sensação de espacialidade e de envolvimento.
Na Sala São Paulo desejava-se presença tonal, envolvimento, brilho e por isso foram banidas as cortinas e carpetes. A absorção acústica é controlada pela área de poltronas, pelo tipo de poltronas e pelo número de pessoas sentadas e pelo volume de ar dentro da sala. As paredes, o forro, as frentes dos balcões, o piso de madeira, todos têm baixa absorção acústica comparada com a presença de pessoas.
A presença exuberante de sons de baixa frequência (sons graves) depende de paredes, tetos e pisos de materiais sólidos e com baixa absorção acústica. As principais salas de concertos europeias do século passado eram construídas com materiais sólidos e pesados. Por outro lado, ranhuras e pequenas irregularidades são importantes nas salas de concerto para a difusão do som e a qualidade do clima acústico, como comprova os estudos dos professores Haan e Fricke da Universidade de Sydney, Austrália (1993). Alguns autores de renome creditam a presença de irregularidades como aspecto fundamental na resposta acústica de salas.
Alguns exemplos de alta qualidade são a Grosser Musikvereinsaal de Viena e o Boston Symphony Hall com o forro em ranhuras e ‘degraus’, estátuas, nichos e ornamentação nas paredes laterais. E um exemplo de paredes lisas e baixa difusidade poderia ser o London Barbican Hall em Londres, Inglaterra, que até a renovação em 1994 tinha classificação acústica desfavorável.
A Sala São Paulo é marcada por uma grande quantidade de pequenas irregularidades que vão desde os capitéis de colunas até figuras moldadas e recortes de paredes. Estes elementos, que faziam parte do projeto arquitetônico original da sala, foram arduamente explorados no projeto acústico para garantir excelente difusão. Além deles, outros elementos foram adicionados pelo projeto da Sala, em função dessas necessidades acústicas: a frente dos balcões, a estrutura do forro móvel que faz um recorte com bordas mais salientes, o forro propriamente dito e que tem o mesmo tipo de ranhura dos balcões, são também importantes elementos de difusão.
Quando se ouve um concerto sinfônico numa sala com acústica de qualidade superior fica-se imerso em um campo sonoro. Uma experiência delicada das relações espaço-tempo. Todo o volume de ar da sala canta ou soa a partir de múltiplas reflexões do som nas suas superfícies. As salas de concerto que são excelentes cantam ou soam como instrumento. Nada nelas é colocado para ‘corrigir’ o som.

O PROJETO DA SALA SÃO PAULO 
O projeto da Sala São Paulo é um exemplo vivo no qual acústica e arquitetura fundem-se num único corpo que é a própria sala. Tudo é acústica e tudo é arquitetura. Nela pude exercitar o desenho acústico, em oposição à noção redutora e medíocre de tratamento acústico tão arraigada em nosso meio.
Ao invés de congelar a acústica como disciplina complementar ―o que de resto é inaceitável num projeto de salas de concertos, teatros, salas de ópera― ou como tarefa de conforto ambiental, a definir revestimentos que supostamente podem melhorar condições acústicas, tive neste projeto a missão de desenhar a sua acústica junto com a arquitetura. Auxiliar a esculpir os vazios e volumes internos em busca da sonoridade da Sala; fazendo com que a Sala respondesse acusticamente. Balcões, poltronas, ranhuras dos balcões, posicionamento das poltronas, distância entre faces de balcões e todos os demais detalhes já mencionados.
Para desenvolver um projeto assim é preciso interlocutores de ouvidos abertos, e pude ser interpretado corretamente pelo Nelson Dupré e por Ismael Solé, respectivamente arquiteto e coordenador do projeto. Quase que diariamente nos reuníamos para discutir o projeto.
A cada passo de um, a marcação dos outros; e assim avançamos. Quando estudamos juntos a opção para inserção dos balcões entre as colunas passei semanas trabalhando horas a fio, de forma a garantir que a solução arquitetônica do Nelson ―a única que eu considerava aceitável― e defendida por Sole tivesse o mesmo nível de excelência que a opção de balcão contínuo oferecido pela consultoria norte-americana.
Foi ao meu ver essencial, para a definição e a categoria acústica que a Sala São Paulo tem, a colaboração do engenheiro acústico e maestro Christopher Blair, que participou do projeto básico da sala. Entre outros assuntos, ele estudou as características principais da Sala em um modelo acústico físico, e que serviu de norte para todo o nosso projeto básico.
Este trabalho teve também enormes desafios não divulgados. Um deles é o projeto dos isoladores de vibrações da laje flutuante, no qual tivemos a colaboração do engenheiro Bernard Baudouin. Graças à sua inventividade chegamos a uma solução muito eficaz, quando parecia ser impossível obtê-la no Brasil.
Por fim, fico ainda hoje emocionado todas as vezes que visito colegas, arquitetos, salas de concerto e teatros em outros lugares no Brasil e no mundo e me perguntam se conheço uma sala de concertos no Brasil que foi construída do lado de uma estrada de trem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

REGIÃO DE CAMPOS ELISEOS VAI ABRIGAR MUSEU DE HISTORIA NATURAL

Anunciado pelo Governador Geraldo Alkimin no Podcast pelo site http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias
a região de Campos Eliseos / Nova Luz será considerada em breve um Polo Cultural dentro da capital de São Paulo.
Além dos já comentados instrumentos culturais anunciados outros projetos "navegam" nas aprovações e licitações do governo.
Na região de Central de São Paulo teremos investimento cultural do Complexo Cultural Luz com o Teatro de Ópera e Dança com terreno liberado para inicio das obras e o Museu de História Natural os dois em Campos Eliseos e na Santa Ifigênia o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE).
O Governador Geraldo Alckmin promete como campanha de governo tornar São Paulo o Polo Cultural mais forte da America Latina digna de ser comparada as grandes capitais culturais do mundo.
Segue mapas da região.
Grande abraço
Ary Neto


Centro de tratamento de dependentes químicos da capital atenderá 24h


SP investirá R$ 250 mi em 700 leitos de internação, além de uma central telefônica para orientação
(Atualizado às 15h12)
O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta terça-feira, 14, que o Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), unidade da Secretaria da Saúde no Bom Retiro, região central da capital paulista, passará a funcionar em período integral a partir de março, incluindo finais de semana e feriados, ampliando a assistência aos usuários, com nove leitos de observação para casos agudos. Cerca de 80 novos profissionais deverão ser contratados para a unidade.

"Para quem precisar de atendimento médico, psicológico, teremos equipes multiprofissionais formadas 24h, sete dias por semana. Aumentou a procura voluntária por tratamento, já chegamos a 224 pacientes internados, 1.182 atendimentos de saúde. Nós temos hoje 482 leitos, todos à disposição do SUS, e teremos, ainda no primeiro semestre, mais 247 leitos e esperamos chegar rapidamente 1.200 leitos", afirmou o governador.

Além disso, o Governo investirá R$ 250 milhões nos próximos dois anos para implantar 700 novos leitos de internação para dependentes em álcool e drogas no Estado de São Paulo. Os novos leitos irão totalizar 1,2 mil vagas custeadas integralmente pelo governo do Estado para atender aos pacientes.

O Cratod também terá uma central telefônica exclusiva para tirar dúvidas da população sobre drogas, alertar sobre riscos e orientar sobre serviços gratuitos de atendimento a dependentes na capital e em outras localidades do Estado. Não será necessária a identificação do usuário que ligar para o serviço.

"A ampliação das vagas para internação de dependentes químicos reforça o compromisso pioneiro de São Paulo em oferecer alternativas ao tratamento ambulatorial , em uma rede estruturada em diferentes níveis de atenção para a efetiva reabilitação dos usuários", afirma o secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

O Centro de Referência
Inaugurado em 2002, o Cratod é uma unidade de assistência multidisciplinar a dependentes de substâncias psicoativas que oferece acompanhamento especializado por equipe de médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e até dentistas, além de distribuição gratuita de medicamentos e oficinas terapêuticas. Em 2011 a unidade realizou 27 mil atendimentos, aproximadamente.

Além disso, o Cratod promove ações comunitárias em ruas movimentadas da região central da cidade, orientando a população sobre os riscos do consumo de derivados do tabaco, álcool e drogas. O centro estadual de referência também realiza a capacitação de profissionais de saúde dos municípios para a implantação dos Caps Ad (Centros de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas).

Atualmente a Secretaria da Saúde mantém 482 leitos, em clínicas próprias ou serviços contratados, para internação de dependentes químicos no Estado. Essas vagas são custeadas integralmente com recursos do tesouro estadual.

De imediato serão implantados, ainda no primeiro semestre deste ano, 247 leitos, dos quais 40 na capital, 135 em Itapira e 72 no município de Botucatu. Os demais deverão ser abertos até o final de 2014. Caberá aos municípios realizar a triagem desses pacientes, verificando a necessidade de internação. A Secretaria deverá investir cerca de R$ 25 milhões por ano para custear a totalidade dos novos leitos a serem criados.

No Hospital das Clínicas
Na cidade de São Paulo, o Hospital das Clínicas da FMUSP terá um prédio voltado, exclusivamente, ao tratamento de dependência química. Com 70 leitos, o local também abrigará uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps Ad), que atenderá 25 pacientes de alta complexidade por dia,  e uma unidade do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que receberá até 14 famílias diariamente.

O centro do HC contará com equipes multidisciplinares, com assistentes sociais, enfermeiros e psicólogos, responsáveis por conhecer o cenário social do paciente: se ele tem emprego, família, quem são os amigos e se o uso de drogas e álcool faz parte do dia-a-dia dele.

Também haverá escritórios, centros de pesquisa, salas de aula e salas de reuniões para familiares. A unidade, que deverá ser implantada em uma área de 3 mil metros quadrados do Hospital Cotoxó (serviço hospitalar do HC no bairro da Pompéia), terá como finalidade, além da assistência aos dependentes químicos, testar novos tratamentos e expandi-los para outras regiões do País.
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Grande abraço
Ary Neto