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CAMPOS ELISEOS - SÃO PAULO
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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CAMPOS ELISEOS NA CAPITAL DE SÃO PAULO ESTÁ EM REFORMA !!!

REFORMA URBANÍSTICA JÁ !!!

Campos Elíseos na Capital de São Paulo está em reforma, ao lado da Sala São Paulo, um local conhecido como "Nova Cracolândia" entre a Alameda Helvétia, Alameda Dino Bueno, Alameda Cleveland e Praça Júlio Prestes está indo para o chão.

Algumas matérias informam que o local está sendo restaurado para ser o novo museu paulistano chamado:
Museu de História Natural.

Independente do que será no local, que precisa de muita reforma social com tantos "crackeiros" é notório que alguma ação de nossos governantes está sendo realizada no local.

As obras do Complexo Cultural Luz até hoje só estão no papel, entrei em contato na Secretária da Educação e a informação mais recente é que neste fim de ano será aprovado a concorrência pública de qual empreiteira será a concessão da obra, mas o local continua no total abandono.

Os prédios deste quarteirão estão sendo demolidos e seus moradores estão sendo retirados aos poucos.
Vamos torcer para que nossos governantes pelo menos terminem o que começaram, as eleições chegaram, o prefeito foi mudado e até agora o Haddad, juntamente com a Dilma e com o Alckmin nada fizeram pelo local de tamanho patrimônio histórico.

Bonito mesmo é dentro da Sala São Paulo, porque do lado de fora o Crack impera !!!
Haddad, Dilma e Alckmin, vocês prometeram mudanças em suas campanhas e nada até agora ?
Acorda São Paulo !!!!








Fotos: Ary Neto


By Ary Neto 
19/10/2013 - 14hs - São Paulo - Campos Elíseos

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

COMPLEXO CULTURAL LUZ EM CAMPOS ELISEOS - INICIO EM 2013


Prefeitura de SP afirma que projeto Nova Luz é tecnicamente inviável

Plano de revitalização deve ser transformado em Parceria Público-Privada.
Ideia é reaproveitar investimento de R$ 14 milhões já realizado.

A Prefeitura de São Paulo disse em nota nesta quinta-feira (24) que fez uma reunião com o consórcio responsável pelo projeto da Nova Luz e que avaliou que a proposta é financeiramente inviável. O projeto de revitalização da área no Centro de São Paulo criado durante a gestão Gilberto Kassab (PSD) deve ser transformado em uma parceria público-privada. A prefeitura também disse que vai tentar aproveitar os investimentos que já foram feitos até agora, que passam dos R$ 14 milhões.
"O prefeito Fernando Haddad recebeu em audiência, no dia 22 de janeiro, os representantes do Consórcio Aecom/Nova Luz, que fizeram uma exposição do projeto contratado pela gestão anterior para a região da Nova Luz. Do ponto de vista econômico-financeiro, a proposta, como foi originalmente concebida, na forma de concessão urbanística, se mostrou tecnicamente inviável. A recomendação do próprio grupo é que a proposta seja analisada na forma de PPP (parceria público-privada)", diz a nota da Prefeitura.
Ainda segundo a nota, "o plano urbanístico elaborado tem méritos e, portanto, a Prefeitura estudará seu aproveitamento dentro da lógica das PPPs, o que permite a execução de forma segmentada no espaço para o qual foi projetado."
A nota informa ainda que a "administração pretende trabalhar pela requalificação dessa região com base nas parcerias público-privadas, conforme foi exemplificado no anúncio recente da licitação para a construção de 16 mil moradias de interesse social no centro da cidade, com aporte financeiro da Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal (Minha Casa Minha Vida)."
A Justiça do Estado de São Paulo determinou que a prefeitura faça alterações no projeto Nova Luz, que ainda não saiu do papel. O projeto anterior da Prefeitura previa reconstruir 30% dessa área na região central de São Paulo, também conhecida por abrigar em parte dela a cracolândia.
A sentença da juíza Luiza Barros Rozas, da 6ª Vara da Fazenda Pública da capital, considera que a Prefeitura tem que levar em conta o Plano Diretor do município e outras leis referentes ao uso do solo.

A Defensoria Pública, responsável pela ação que culminou na nova decisão, afirma que a legislação não foi respeitada quando a prefeitura não fez um levantamento de pessoas que moram na região e que podem ser afetadas pelo projeto, em especial pelas desapropriações. A Defensoria disse ainda que o conselho gestor que foi formado para discutir a proposta e que por lei deve ter a presença dos moradores não seguiu todas as regras previstas.
Segundo a juíza Luiza Barros Rozas, “a situação atual é de constante desrespeito da Prefeitura para com a exigência constitucional e infraconstitucional de necessidade de participação popular.” A prefeitura poderá recorrer da decisão, mas não informou até a publicação desta reportagem qual procedimento iria adotar.
A presidente da Associação Amo a Luz, Paula Ribas, e moradora da região, conta que a Prefeitura não respondeu a questionamentos feitos pelos moradores sobre o que fariam com moradores e comerciantes que seriam retirados de seus imóveis para desapropriação.
Segunda Paula, a comunidade não é contra a requalificação da Luz. “O projeto vai ter que ser construído com a sociedade civil organizada para atender a toda a diversidade social e econômica da região”. Uma das críticas da moradora é que o projeto da gestão Kassab não trazia uma proposta de ação contra os usuários de crack.
Imbróglio
Trata-se de mais uma decisão relativa ao projeto Nova Luz. No ano passado, a Defensoria e lojistas conseguiram decisões que suspendiam o projeto. As liminares, no entanto, foram derrubadas posteriormente pelo Tribunal de Justiça.

Fonte: G1

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

REVITALIZAÇÃO DE CAMPOS ELISEOS

Campos Elíseos

LINK:
 
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O Bairro, o Santuário e o Liceu Coração de Jesus
Campos Elíseos: antiga região de chácaras; primeiro loteamento planejado da cidade de São Paulo; local onde a elite do café passa a construir seus palacetes residenciais.
De Chácara Rio Branco a Campos Elíseos: Frederico Glete e Victor Nothmann adquiriram a chácara, mandaram abrir ruas que se transformaram posteriormente nas ruas dos Protestantes, Triunfo, Andradas, Piracicaba, Helvetia, Glete, Nothmann entre outras.
Origem do nome: Campos Elíseos (do grego Pedios Êlysion), segundo Homero, era o lugar de repouso dos heróis e dos humanos virtuosos após a morte, portanto o nome dado ao bairro paulistano pode estar relacionado com a mitologia grega, ou então, pode fazer referência direta ao “Les Champs Elyseés”, de Paris.
A história: a história do Bairro Campos Elíseos está ligada, principalmente, às áreas religiosa, educacional e administrativa.
Religiosa: a antiga capela em honra ao Coração de Jesus, construída pelos Vicentinos, confiada aos Salesianos, cedeu lugar a uma nova construção, um grande Santuário. Em 1880 reinicia-se a construção do novo Templo, com o decidido apoio de D. Veridiana Prado, do conde Prates e, especialmente, do povo paulista. Em 1901 estava praticamente pronto. A solene torre, que em 1922 era um dos três pontos mais altos da cidade, mede 62m incluindo os 7 m do pedestal e os 7 m do Cristo Redentor. De estilo romano em forma basilical, é constituído por três naves, sendo as laterais abobadadas. É o mais antigo templo de estilo clássico-renascentista de São Paulo. O Santuário Coração de Jesus marca o início da renovação da arte sacra da capital paulista.
Educacional: construção do famoso Liceu de Comércio Artes e Ofícios, em 1885, a princípio para atender filhos de escravos dos fazendeiros de café e depois os filhos dos imigrantes italianos. Inicialmente, oferecia ensino gratuito em oficinas profissionalizantes de sapataria e alfaiataria. Só mais tarde, inaugurou o internato acolhendo os filhos de cafeicultores. Há pelo menos quinze anos, o Liceu Coração de Jesus, juntamente a outras instituições, passou a sofrer com a degradação da região central de São Paulo.
Administrativa: nos Campos Elíseos, o palacete de Pacheco e Chaves- construção iniciada em 1896 e concluída em 1899- foi adquirida pelo estado e tornou-se residência oficial dos governadores do estado de São Paulo. Entre 1935 e 1965, foi também sede do governo, até a transferência para o Palácio dos Bandeirantes. Em 1972 passou a sede da Secretaria da Cultura, Esportes e Turismo depois a sede da Secretaria da Ciência, Tecnologia do Estado e atualmente (2011) depois de restaurado externamente, aguarda verba para restauro de seu interior.
Como se pode perceber, o Santuário e o Liceu Coração de Jesus tornam a história do bairro Campos Elíseos mais rica e valorosa tanto nas áreas intelectual e social quanto arquitetônica.
A localização do bairro era privilegiada: próximo da Estação Ferroviária Sorocabana, inaugurada em 1878, (atual estação Estação Júlio Prestes) e da Estação da Luz e, ao mesmo tempo, não muito longe do centro da cidade. Assim, os espaçosos terrenos do loteamento tornaram-se ideais para abrigar as mansões e residências dos barões do café quando vinham à capital a negócios. Algumas das ruas foram batizadas com os sobrenomes destes empresários ou em homenagem aos seus países de origem, como Alameda Glette, Alameda Nothmann, Alameda Cleveland e Rua Helvétia, nome como também é conhecida a Suíça.
Em 1911, nessa região, numa atitude, para a época, arrojada, os salesianos construíram o “Grande Liceu de Artes, Ofícios e Comércio”, a princípio para atender uma população carente, tornando-se depois uma renomada instituição pedagógica. Nas cercanias localizava-se o principal hospital da cidade na época, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
No início do Séc. XX, Campos Elíseos já era um bairro bastante elegante, abrigando as mansões e residências dos barões do café e a residência oficial do Presidente do Estado de São Paulo (atual governador): o Palácio dos Campos Elíseos, na Av. Rio Branco, uma de suas vias mais importantes.
A partir da década de 1930, o bairro, Campos Elíseos, sofreu um revés com a falência de grande número de Barões do Café, fato que os obrigou a se mudarem para outros bairros e, muitos casarões e mansões foram demolidos, cedendo espaço a prédios de apartamentos. Outros foram alugados e sublocados, transformando-se em pensões, cortiços e moradias coletivas precárias.
Entre as décadas de 1930 e 1990 outros fatores também contribuíram para a decadência progressiva do bairro. Citamos como exemplo a inauguração da estação rodoviária da cidade; a transferência da sede e da residência oficial do governador do estado de São Paulo para o Morumbi (Palácio dos Bandeirantes), diminuindo a relativa importância política do bairro, a conservação de ruas e o policiamento que havia em torno do governador; o processo de decadência e esvaziamento do centro da cidade, a partir da década de 1970; a vizinhança com os bairros da Luz e Santa Ifigênia, áreas conhecidas como Cracolândia, onde a prostituição, a marginalidade, o consumo de drogas prosperavam; e, ainda, podemos acrescentar o desinteresse da classe média em adquirir apartamentos nos prédios, em sua maioria construídos entre as décadas de 1930 e 1940, época em que não se justificavam a construção de garagens, tão pouco de áreas de lazer. Enfim, a derrocada é evidente, mas ainda há esperança de preservarmos o que restou desse passado retumbante e “virarmos a mesa”, o museu é um bom exemplo.

Fonte:http://epaummuseunacracolandia.wordpress.com/campos-eliseos-ou-cracolandia/



quinta-feira, 19 de julho de 2012

2016 - CENTRO CULTURAL LUZ

Herzog & De Meuron
Centro cultural, São Paulo

23 de Maio de 2012. 

Versão atual de uma das imagens conceituais do projeto, representado já com suas dimensões reduzidas.
A praça entre o centro cultural e a Sala São Paulo/Secretaria de Estado da Cultura seria espaço estratégico, de acesso e conexão entre as duas edificações
Luz se prepara para o projeto 343
Março será decisivo para o projeto do Complexo Cultural Luz, que os suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron estão desenvolvendo para a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Devem ocorrer as audiências públicas de apresentação e debate do projeto e, assim, “é provável haver, já em dezembro, alguma movimentação no terreno”, declara o secretário da Cultura, Andrea Matarazzo, confiante na maturidade do trabalho.


A partir de 2013 devem ser três anos de construção e, assim, em meados de 2016, os amantes da música e dança terão à disposição uma espécie de parque tropical habitável, na região central da capital paulista.
A malha de áreas verdes da região da Luz embasa conceitualmente o projeto. Sua linguagem fluida orientou o desmembramento da caixa do teatro em dois volumes paralelos




O Complexo Cultural Luz, projeto do escritório suíço Herzog & De Meuron, é um misto de escola e centro de espetáculos, abrigados em um edifício de concreto composto por lajes superpostas e deslocadas em malha ortogonal, totalizando 200 metros de comprimento por 90 metros de largura.
Por três meses acompanhamos a equipe que está desenvolvendo a muitas mãos o Complexo Cultural Luz. Faltam dois ciclos, do total de dez, para a finalização do projeto básico, com o que se pretende pré-qualificar as construtoras e planejar o edital da obra.
Herzog, De Meuron e Ascan Mergenthaler, sócio do escritório suíço, trabalham em sincronia com os seus parceiros de engenharia, acústica, instalações,eficiência energética, estrutura, fachada e paisagismo, entre os quais figura o time brasileiro que dá o suporte local e interfere nas decisões de projeto.
Está a cargo da inglesa TPC - Theatre Project Consultants a consultoria de teatro, e aos conterrâneos da Arup os projetos de estrutura, sustentabilidade e instalações, desenvolvidos em parceria com os brasileiros da Contag (fundações), Favale (estrutura), L&M (instalações), Proassp (impermeabilização) e Empro Engenharia (elevadores).
Já os alemães da Mueller- BBM concebem a acústica e os sistemas de fachada em conjunto com a consultoria local de Paulo Duarte e Harmonia Acústica, enquanto os cariocas de Bernardes e Jacobsen Arquitetura tropicalizam o projeto arquitetônico e Isabel Duprat concebe o paisagismo.
Todos coordenados no Brasil por José Luiz Canal, o engenheiro- -arquiteto que esteve à frente da obra da Fundação Iberê Camargo, de Álvaro Siza, em Porto Alegre.
“Nossa tarefa é a da construção com alto padrão e excelência técnica.
Este modelo simula a interação dos fluxos na rampa central do complexo cultural
As salas de aulas deverão ter fechamentos envidraçados, com generosa iluminação natural e vista para um dos jardins propostos no projeto paisagístico
Conceitualmente, o projeto é o somatório de lâminas sobrepostas e entrecruzadas
Se a Fundação Iberê Camargo é um relógio que funciona bem, é porque teve um time competente”, ele analisa. Simultaneamente ao projeto paulista, estão nas pranchetas deste time de consultores projetos arquitetônicos e urbanísticos na Ásia, Europa e Américas.
A cada etapa corresponde a aprovação pela Secretaria da Cultura, refinando-se passo a passo não apenas a efetivação do conceito arquitetônico, como também os preparativos para a construção com tecnologia nacional.


Programa consolidado
As imagens a seguir refletem o estado atual do projeto, consolidada a revisão do programa que ocorreu no final de 2010.
Reduziu-se a área construída de 90 mil para 70 mil metros quadrados e “o projeto respirou, reconquistando a transparência e a permeabilidade do conceito arquitetônico”, analisa Matarazzo.
O programa atual contempla a criação de três teatros - o de dança, o experimental e o de recital, respectivamente com capacidade para 1.750, 400 e 500 espectadores -, as instalações das sedes da Escola de Música Tom Jobim e da São Paulo Companhia de Dança, além de áreas sociais, administrativas, técnicas e estacionamento para 850 veículos.
É intensa a agenda de entregas e reuniões remotas do time de projeto, entremeadas por workshops realizados no escritório Herzog & De Meuron na pequena cidade suíça de Basel.
A sede do estúdio e os escritórios-satélites de Nova York, Madri, Hamburgo e Londres (estuda-se a possibilidade de criação de uma unidade em São Paulo quando começar a construção na Luz) reúnem os 356 profissionais vindos de vários continentes e organizados nos grupos dos cerca de 40 trabalhos que estão em desenvolvimento atualmente. Deles, o número 343 é o que identifica o projeto de São Paulo.
A sala de trabalho 343 é a própria memória do projeto. Há maquetes sobre mesas, armários e nichos suspensos e as paredes de livre acesso são tomadas por impressos de diagramas, plantas, planos de massa, programas, cortes e todo tipo de imagem relativa aos assuntos em discussão em cada fase do trabalho.
A dupla de impressos e modelos funciona, então, como extensão da atuação individual de cada membro da equipe, sempre à mostra, a fim de revelar o estado do projeto.
Perspectiva aérea na longitudinal do complexo, localizado no centro da imagem. O edifício é paralelo à Sala São Paulo/Secretaria de Estado da Cultura, contrastando a linguagem oitocentista desta e a fluidez do novo complexo cultural


Esta maquete 1:200 simula as ideias do projeto paisagístico na etapa atual de desenvolvimento do trabalho.
Árvores altas e esguias no interior da edificação fariam frente à malha intrincada de pés-direitos distintos,
enquanto as de grande porte, nas bordas transversais do complexo, filtrariam as visuais e acessos
Vistas conceituais do projeto desde as ruas envoltórias
O material está organizado em grupos, que correspondem aos vários subprogramas do centro cultural - os teatros, as escolas de música e de dança, os espaços públicos, o paisagismo, os elementos e os sistemas arquitetônicos.
“Temos equipes para esses programas e cada arquiteto passa muito tempo testando com os modelos as ideias propostas.
Nossas maquetes servem como instrumento de precisão, não para criar formas imediatamente”, relata Tomislav Dushanov, um dos líderes do projeto.
O processo sequencial de trabalho, então, ganha traço orgânico, porque as decisões de cada etapa interagem de tal forma que o projeto é ajustado, intelectualmente, a todo momento.


A sedução dos teatros


“Teatros são edificações instigantes, misto de ciência, arte, arquitetura e tecnologia”, reflete David Staples, um dos líderes da TPC em Londres.
Refazendo os passos de cerca de quatro décadas dedicadas à profissão, com 56 países na rota de trabalho, ele contabiliza milhares de teatros de drama pelo mundo, centenas de salas de concerto, muitas casas de ópera, mas poucos teatros de dança, como o que se pretende construir em São Paulo. Acontece que o campo de visão é mais restrito no teatro de dança.
Quanto mais frontal e em menos desnível o espectador estiver em relação aos bailarinos, melhor; e a acústica deve privilegiar o som natural em detrimento do amplificado, para haver o equilíbrio entre o que se ouve e o que se vê.
Demandas desse tipo é que tornam ambicioso o projeto paulista, sobretudo quando se pensa no elevado grau de exposição e transparência da arquitetura que Herzog & de Meuron conceberam. “Será um ícone sul-americano”, opina o secretário Andrea Matarazzo.
Foi da janela da sala do então secretário da Cultura, João Sayad, que em 2008 Staples vislumbrou pela primeira vez o terreno de 18 mil metros quadrados reservado ao complexo cultural, na época ocupado por edificações de pequeno porte e pela galeria de comércio popular que nos anos 1990 se instalou na sede da antiga rodoviária de São Paulo. Deles, resta atualmente apenas o prédio do Corpo de Bombeiros, quase no centro do lote plano.
Rememorando o início do projeto, Staples assinala que há sempre uma pressão artística para manter o teatro o menor possível - “porque teatros são locais de comunicação intimista” - e outra, comercial, para fazê-lo maior.


Axonométrica de distribuição dos teatros
A. Teatro de dança
B. Teatro experimental
C. Recital



Axonométrica assinalando os espaços da escola de música e dança



Vistas conceituais do projeto desde as ruas envoltórias
Ele continua “entusiasmado com a complexidade intelectual” do projeto de São Paulo, com a autoridade de quem está no processo desde o planejamento estratégico, passando pela eleição dos arquitetos - Norman Foster, Rem Koolhaas, Cesar Pelli e Herzog & De Meuron foram entrevistados e elaboraram propostas para o complexo cultural -, elaboração do intrincado programa e, agora, o acompanhamento do seu estabelecimento pela arquitetura.
No fim de uma tarde ensolarada de novembro passado, com a avenida Paulista tomada por passeata estudantil, Staples iniciou a conversa sobre o projeto do complexo da Luz elogiando o desempenho de Jacques Herzog na palestra da manhã anterior, no Auditório Ibirapuera, para plateia predominante de estudantes de arquitetura.
“Jacques foi um excelente ator, com excelente script”, sentencia Staples, referindo-se à opção do suíço de falar sobre a fatura do seu trabalho através dos projetos de três pequenos pavilhões.
Toda a complexidade de um Pritzker implícita em imagens de aparente simplicidade foi momento marcante para Staples: “Acredito que, dos star architects, Jacques e Pierre são os mais próximos de não terem estilo”, ele conclui.


Simplicidade complexa


No caso do projeto paulista, a ausência de estilo (formal) se dá pela recusa à criação de um objeto coeso, escultórico. Não há ícones à mostra, não há malabarismos formais ou excentricidades tecnológicas, nem mesmo saltam aos olhos, em meio à cidade, os volumes dos teatros.
Na análise de Thiago Bernardes trata-se, antes, da visão estrangeira de um parque tropical, verde, transparente e vazado, habitado ainda pelas escolas, conjunto de teatros e facilidades do centro cultural.
O raciocínio conceitual é que há no bairro da Luz uma centralidade urbana (cultural e paisagística) que pode ser revelada materialmente, e o projeto, com sua morfologia de escola-parque ou bloco pavilhonar sem muros, mimetiza essa relação especial do construído com a massa verde, latente na área.
O edifício sem fachadas é apreendido como balcões soltos e suspensos, visíveis da rua em meio às copas das árvores.
Assim, se o programa não é o de um teatro ou uma escola isoladamente, mas de um conjunto deles, não há hierarquia primária a se comunicar com a arquitetura.
Elege-se, ao contrário, uma sensação do lugar - vazado, verde, transparente e de conexão entre edifícios de programas compatíveis -, que está na origem do conceito do projeto.
Embora as lajes sobrepostas e deslocadas entre si percorram todo o limite do terreno, não há a contrapartida de um prédio monolítico de concreto, algo semelhante a um exemplar modernista corbusieriano.
Na via oposta, a arquitetura fluida resulta da ausência de fachadas e dos vazios criados pelos balanços e afastamentos entre lajes, tanto nas bordas quanto no interior da edificação.
É desse espaço vazado e da malha intrincada de pés-direitos - que variam de quase três a 15 metros - que tira partido o projeto paisagístico de Isabel Duprat, com o qual se pretende enquadrar com jardins cada janela das salas de aulas.
Cerca de duas centenas de árvores e forrações com texturas inspiradas na mata tropical estão sendo consideradas para o projeto, além de espelhos d’água que, no térreo, pretendem refletir a luz natural que atravessa as aberturas das lajes de cobertura.
O paisagismo está estruturado em faixas nas bordas do edifício que se destinam tanto à integração da arquitetura com o eixo verde da Luz quanto à transição dos domínios públicos para os semipúblicos.
Já nos interiores, um jardim transversal, com dez metros de largura, vai demarcar a rampa suspensa e central que terá a função de ordenar os fluxos.


Uma das imagens impactantes do complexo é justamente a da lâmina contínua e transversal com que a rampa se projeta no ambiente externo. Suas dimensões, traçado e conexão com os foyers dos teatros e áreas de ensaio de dança e música indicam que a rampa, além de elemento distribuidor de fluxos, deverá funcionar como importante ambiente interno de estar, suspenso, a partir do qual se pode visualizar toda a complexidade de organização do programa.
Os teatros, distribuídos em implantação triangular, cada qual próximo a uma face do edifício, são envolvidos pelas instalações das escolas, áreas de entretenimento, estar, administrativas e técnicas, devidamente afastadas entre si de modo a preservar a fluidez, a transparência e a simultaneidade de atividades.
Numa das maquetes 1:200, por exemplo, as salas de ensaio estão representadas por invólucro transparente, mas o que está em processo nesse momento é a eleição da materialidade de cada superfície interna de vedação.
Há múltiplas visuais inter- -relacionadas, pois os recuos entre lajes geram vazios que explicitam a totalidade do programa no domínio interno, de modo que a simples aparência conceitual tenha em contrapartida uma intrincada rede de articulações que desafiam a engenharia e a arquitetura.
É essa complexidade que mantém engajados todos os membros da equipe do projeto.


Texto de Evelise Grunow
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 385 Março de 2012

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Grande abraço
Ary Neto

segunda-feira, 9 de julho de 2012

COMPLEXO CULTURAL LUZ 2016


By Metro Cultura - Thais Azevedo - 03/2012

Projeto da Secretaria de Estado da Cultura terá 70 mil m2 área construída e teatros para apresentações de dança, música, teatro e ópera. Obras começam no próximo ano.
Foram cerca de sete meses de discussão e adaptação até que o projeto do Complexo Cultural da Luz fosse, finalmente, aprovado.
O edifício, anunciado como o maior do gênero na América Latina, é visto pelo secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, e pelo governador Geraldo Alckmin como peça fundamental do processo de revitalização da Nova Luz.
“Também é necessário que as pessoas voltem a morar no Centro, deixando- o com 24 horas de vida”, diz o governante.Idealizado pela Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a empresa inglesa Theatre Projects Consultants (TPC) e com apoio do Governo do Estado de São Paulo, o espaço reunirá três teatros, restaurantes,
café, loja e as sedes da escola de música Tom Jobim e da São Paulo Companhia de Dança. O total, 70 mil m2 de área construída, deve ficar pronto até 2016, de acordo com Matarazzo, que apresentou o projeto ao lado de Alckmin durante evento na manhã de ontem. A arquitetura do local ficou a cargo do escritório suíço Herzog & de Meuron, que tem entre seus representantes o brasileiro Marcelo Bernardi. “Projetamos o complexo de modo que ele se integrasse à área verde, rica no local. Também priorizamos a luz natural”, conta. O Complexo Cultural da Luz deve custar R$ 500 milhões, mas o valor, segundo Matarazzo, ainda não está fechado. A previsão de início das obras é para o primeiro semestre de 2013.  “A revitalização de uma cidade não termina nunca, é constante.”
MATARAZZO, SOBRE PROJETOS DE REQUALIFICAÇÃO DA NOVA LUZ
Perspectiva do pátio interno Os números do complexo O Grande Teatro, destinado a apresentações de música, dança, teatro e ópera, contará com 1.750 lugares; A Sala de Recitais comportará 500 pessoas; No Teatro Experimental, a capacidade será de 400 espectadores; O edifício terá 5 andares; 850 é o total de vagas do estacionamento; O terreno de 19 mil m2 terá 70 mil m2 de área construída. Cerca de R$ 500 milhões serão investidos no projeto.