Campos Eliseos

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CAMPOS ELISEOS - SÃO PAULO
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sexta-feira, 27 de março de 2015

OPERAÇÃO HEROÍNA NA CRACOLÂNDIA

CRACK , HERÓINA, FAVELA E LIXO....  
SEGURANÇA PÚBLICA CEGA E GOVERNANTES COM DESCASO TOTAL. 
O QUE MAIS FALTA PARA FERNANDO HADDAD, GERALDO ALCKMIN E DILMA ROUSEFF DAREM UMA SOLUÇÃO PARA CAMPOS ELÍSEOS ? 

#FORACRACK

Se já não bastasse o "Crack" que demoniza a tão famosa região da Cracolândia, agora a "Heroína" quer seu espaço na franquia tão desejada pelos traficantes.

Conforme matéria da folha de S.Paulo a coisa está a cada dia pior no centro de São Paulo.
O descaso é tão grande que hoje o empurra empurra está geral  como uma batata quente, ninguém mais sabe quem é o responsável por esta bagunça generalizada.

Governos e entidades desconhecem como tratar tamanho problema, foram treinados a roubar nossos cofres, mas quando se trata de arrumar a casa, faltaram nesta aula.

Segue matéria para entendermos melhor o que anda acontecendo:

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/03/1608919-policia-acha-heroina-na-cracolandia-favelinha-cresce-e-ja-dobra-esquina.shtml







Muitas reclamações, críticas e depoimentos contra o governo e esta política de roubo e descaso aos assuntos e problemas sociais.

12/4      #VEMPRARUA
ENQUANTO ISSO OS NOSSOS GOVERNANTES FICAM MUDOS, CEGOS E SURDOS !!! 
By Ary Neto

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

'Favelinha' surge em calçada na cracolândia, no centro de SP - By Folha de S.Paulo


Dependentes químicos se concentram na rua Dino Bueno, na região da cracolândia

Uma "favelinha" surgiu na calçada do terreno da antiga rodoviária de São Paulo, no coração da cracolândia.
As moradias improvisadas ficam na alameda Dino Bueno e na rua Helvétia.
Lá, cerca de cem barracos de madeira e plástico se escoram no alambrado instalado para evitar que viciados em crack tomassem conta do terreno, hoje abandonado.
Procurada pela Folha, a prefeitura não se pronunciou especificamente sobre o surgimento da "favelinha".
Informou que atua na região, incluindo as vias onde foram erguidos os barracos, com equipes de saúde e limpeza, além de guardas civis.
"Os orientadores sociais realizaram 1.169 abordagens nos últimos 30 dias, que resultaram em 341 encaminhamentos para a rede socioassistencial", afirmou, em nota, a gestão Fernando Haddad (PT).
Além dos viciados, moradores de rua e catadores de papelão também ocupam o local. Algumas crianças circulam entre o grupo, mas ninguém soube dizer se elas moram nos barracos.
Comerciantes dizem que esses ocupantes sempre viveram ali, mas decidiram erguer os barracos após a demolição de imóveis abandonados conhecidos por "casarões do crack".
As demolições ocorreram há dois anos, dentro da ação conjunta da prefeitura e do governo do Estado, que tinha a promessa de acabar com o tráfico na região e levar dependentes para tratamento.
De acordo com um comerciante, apesar de haver postos da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, brigas e furtos são frequentes.
No terreno isolado pelas grades, o governo do Estado planejava construir um centro cultural com três teatros.
A área hoje tem mato alto, montes de lixo e continua sendo usada pelos viciados --também como banheiro.
O Complexo Cultural da Luz, anunciado pela gestão José Serra (PSDB) em 2008, ficaria pronto em 2010. O novo prazo agora é 2017.
Já foram gastos R$ 170 milhões em desapropriações, demolições e no projeto. O centro foi projetado pelo mesmo escritório suíço autor do estádio Ninho de Pássaro, construído para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
O complexo era para ser um dos principais equipamentos públicos da Nova Luz, iniciativa da gestão Gilberto Kassab (PSD) para revitalizar a cracolândia.
O plano, que custou R$ 14,6 milhões, foi engavetado por Haddad, que aposta em parcerias público-privadas para fazer edifícios.

UMA VERGONHA !!!







By Ary Neto
Colaboração Folha - Cotidiano 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

FAVELA A CÉU ABERTO NA PORTA DA SALA SÃO PAULO - LUXO AO LIXO !!!

FAVELA A CÉU ABERTO NA PORTA DA SALA SÃO PAULO - LUXO AO LIXO !!!

Enquanto isso em Campos Elíseos.... a favela se instala durante a obra de desapropriação e demolição do quarteirão localizada a frente e ao lado da Sala São Paulo e Estação Júlio Prestes.

As fotos foram tiradas dia 03/11/2013 e mostram como está calamitoso a situação na Região de Campos Elíseos, distrito de Santa Cecilia na Capital Paulistana.

A cada dia que passa nossos governantes ficam ais relapsos com relação a limpeza, assistência social, organização e policiamento. Os muros e grades da região estão a cada dia com mais moradores de rua instalados no local e a venda de Crack é realizada na frente da policia. Chamados ao 190 (Polícia) nada acontecem.

A venda e utilização de Crack está tomando conta da região e devido as desapropriações o caos se instalou na região.

Dilma, Alckmin e Haddad não deixam claro o que pretendem com esta situação e a Prefeitura e demais áreas desconhecem este assunto.

Apreciem as fotos abaixo, até incêndio eles estão fazendo na região e os carros de Bombeiros passam e nada fazem. Que horror !!!  Do luxo ao lixo em metros e somente fica limpo quando a prefeitura aciona a operação Tapete Vermelho. Vale repensar como gerir este local !!!








Fotos by Ary Neto ( 03/11/2013)

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Veja como ficou o reajuste médio do IPTU em cada distrito de SP - "SANTA CECILIA 19,9% DE AUMENTO".

aumento médio do IPTU, aprovado na noite desta terça-feira (29) na Câmara de São Paulo, vai ser de 14,1% em 2014, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.
O projeto de lei vai agora para a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT), que tem até 30 dias para sancioná-lo. Os carnês com os novos valores devem chegar à casa dos paulistanos em janeiro.
O maior impacto será sentido nos distritos de Alto de Pinheiros, Sé e Vila Mariana onde o reajuste vai ser de 19,8%, em média. No entanto, há locais que terão as tarifas reduzidas, como o Parque do Carmo, com - 12,10%, Cidade Líder (-11,50%) e Anhanguera (-10%). Veja na tabela abaixo o reajuste em cada distrito:

By Ary Neto 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CAMPOS ELISEOS É HOMENAGEADO NO "PROFISSÃO REPÓRTER" DA REDE GLOBO !!! EXIBIDO EM 24/09/2013

Caros leitores do Blog São Paulo Viva !!!

Hoje tivemos a honra de aparecer através de uma homenagem do famoso Programa "Profissão Repórter"
da Rede Globo (Edição do dia 24/09/2013).

Já assistiu o programa? Clique no link para ver o que é "degradação" e abandono social:

http://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2013/09/reporteres-reencontram-dependentes-e-ex-usuarios-em-cracolandias.html

Estamos em tempos em que tudo que falamos é gravado e arquivado.
Tempos de Big Brother com câmeras espalhadas nos postes, nos celulares, na mão de repórteres que se arriscam para mostrar a realidade do que significa a palavra "descaso".

Quando nossa Presidenta Dilma foi eleita pelo voto popular, mesmo antes de seu discurso oficial, no discurso ao povo pós confirmação de vitória ela falou de sua missão em acabar com o Crack.

O Prefeito Kassab disse que tinha acabado com a 1° Cracolândia em Santa Efigênia, mas nada mudou pois a Rua dos Gusmões serve mesmo de case de sucesso de marketing direto, como aderir a um produto com baixo custo e alto lucro, investimentos e logística perfeitos pois o público só aumenta.

A expansão territorial inevitável  inaugurou a "Nova Cracolândia" em Campos Eliseos na Alameda Hélvétia, após a queda da antiga Rodoviária de São Paulo e nas portas da glamourosa e mijada "Sala São Paulo" para não escrever o que vemos de sujeira humana naquelas paredes históricas. Cadê os banheiros higiênicos móveis para este tipo de local?

Um Prédio de tamanho Patrimônio Histórico que no exterior seria eternizado, aqui na maior capital da América Latina, vive entre o luxo e li. Claro que em dias de "Operação  Tapete Vermelho", tudo fica perfeito.
Como fica limpinho toda região, e os crackeiros são rapidamente colocados embaixo do tapete...kkk, desculpem, só rindo mesmo.

Em 03/01/2012 a demolição realizada pelo nosso Governador Alckmin, tirou tudo da  Hélvétia.
Derrubou as casas  e tirou tudo do lugar mesmo !!!  Mexeu no vespeiros e espalhou o crack por toda Região Central. Higienópolis, Barra Funda, Santa Cecília, Bom Retiro, Luz, Santa Efigênia, Liberdade , Glicério e até a República que já tinha novos ares já não tem mais e o centro agora esta tomado e sem controle.

Para os Ricos no Parque do Ibirapuera existe a Marquise de Oscar Niemeyer e para os pobres tem a Marquise chamada "Elevado Costa e Silva" onde muitos dormem, moram e adotam o Crack como hobby pessoal. Estamos vivendo o "fim da picada", para o bom entendedor a palavra "descaso" ainda continua gritando na minha cabeça, mas agora vem outra palavra se juntando a primeira palavra, "despreparo".

Prefeito Haddad nossa cidade está muito "suja" !!! Campos Eliseos abandonado, seus parceiros para limpeza e seus coordenadores de limpeza estão em direção errada pois já fui visitá-los e a ação de internação compulsória dos crackeiros precisa ser acelerada. Quem comanda esta cidade afinal?
Nos ajude !!! Vereadores de São Paulo são desconhecidos !!! Policia não pode fazer nada, mas liguem 190 e reclamem, reclamem muito pois é para estatística, se cada cidadão ligasse algo aconteceria.

Que tal cercar com placas bem elaboradas o local da antiga Rodoviária e preparar para um futuro CAPS, eles podem utilizar lá dentro, mas terão acesso a apoio social e psicológico, mas terão um grande espaço que possam utilizar livremente seus hobbys até que os nossos "Governantes" realizem um planejamento eficaz e que apresente resultado a população de São Paulo.
"RUAS - Redes Urbanas Ambientes Sustentáveis", este método já foi utilizado na Europa ( Lisboa).

Liguem "156" telefone da Prefeitura de São Paulo é gratuito e reclame sobre limpeza, caçambas ecológicas e lixeiras nos postes.  Fora as Calçadas cheias de lixos e entulhos, péssimo !!!

Critique você também nossa cidade suja.  http://sac.prefeitura.sp.gov.br/
Faça uma experiência, abra um chamado por dia, depois de um ano vamos verificar se ocorreu mudanças,
se sim, nosso Prefeito está te ouvindo.

O empurra empurra é tão grande que ninguém sabe direito o que fazer, os projetos não são concluídos.
Os impostos altos não param e acredito que a população se faz de cega.

Votem no novo Partido DDD (degradação / descaso / despreparo).
Visite a Rua Helvétia, assim você viverá o que o Partido DDD anda fazendo.
BEM VINDO A REGIÃO CENTRAL DE SÃO PAULO.

Rede Globo obrigado pela homenagem.


By Ary Neto
saopauloviva.blogspot.com

sexta-feira, 17 de maio de 2013

CRACOLÂNDIA TEM "FEIRA LIVRE" DAS DROGAS


Crack e maconha são vendidos tranquilamente na Rua dos Gusmões.
Operação da Polícia Civil prendeu 10 pessoas e deteve 4 adolescentes.

15/05/2013
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/05/cracolandia-tem-feira-livre-das-drogas.html


A venda de entorpecentes ocorre mesmo após a Ação Integrada Nova Luz, iniciada em janeiro do ano passado para coibir o tráfico e consumo de droga na região Central.

Nas imagens, um homem para gritando “Quem quer crack, quem quer crack?”. Um usuário pergunta: “Quem tem maconha?”. Prontamente uma mulher responde: “Eu tenho maconha aqui, ó”.

Na Rua dos Gusmões, traficantes e usuários convivem quase 24 horas por dia. No vídeo, um rapaz acende um cachimbo de crack. Um senhor de cabelos brancos também tem uma pedra. Um mulher aparece vendendo drogas a usuários. Ela é cercada e tem que contar a droga para atender os usuários.

Um carro da Polícia Militar passa pela via, para, mas vai embora. Os traficantes anunciam a venda de drogas o tempo todo. Alguns ficam com as pedras de crack nas mãos para atender mais rápido os viciados. Quando percebem a câmera, dão risada. Os traficantes aceitam joias e tênis como moeda de troca.

Durante 40 dias, a Polícia Civil investigou a feira da droga da Cracolândia. Ao todo, 14 pessoas foram detidas na madrugada desta terça-feira (14) durante a operação. Entre elas, quatro garotas, com idade entre 13 e 17 anos, que foram encaminhadas à Fundação Casa. Com os suspeitos, a polícia apreendeu pedras de crack, cerca de R$ 3,6 mil, cinco celulares, uma faca e um alicate.

O delegado Kleber Altale afirma que o tráfico está cada vez mais recrutando menores para vender drogas. Na operação, quatro garotas foram apreendidas.

“No caso do tráfico, [o recrutamento de menores] é a impossibilidade de uma aplicação de uma pena, caso ele seja surpreendido traficando, exceto uma medida socioeducativa, e também o rendimento. ele tem um trabalho, tem um rendimento”.

Fonte G1.

Att.Ary Neto
 

 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

COMPLEXO CULTURAL LUZ EM CAMPOS ELISEOS - INICIO EM 2013


Prefeitura de SP afirma que projeto Nova Luz é tecnicamente inviável

Plano de revitalização deve ser transformado em Parceria Público-Privada.
Ideia é reaproveitar investimento de R$ 14 milhões já realizado.

A Prefeitura de São Paulo disse em nota nesta quinta-feira (24) que fez uma reunião com o consórcio responsável pelo projeto da Nova Luz e que avaliou que a proposta é financeiramente inviável. O projeto de revitalização da área no Centro de São Paulo criado durante a gestão Gilberto Kassab (PSD) deve ser transformado em uma parceria público-privada. A prefeitura também disse que vai tentar aproveitar os investimentos que já foram feitos até agora, que passam dos R$ 14 milhões.
"O prefeito Fernando Haddad recebeu em audiência, no dia 22 de janeiro, os representantes do Consórcio Aecom/Nova Luz, que fizeram uma exposição do projeto contratado pela gestão anterior para a região da Nova Luz. Do ponto de vista econômico-financeiro, a proposta, como foi originalmente concebida, na forma de concessão urbanística, se mostrou tecnicamente inviável. A recomendação do próprio grupo é que a proposta seja analisada na forma de PPP (parceria público-privada)", diz a nota da Prefeitura.
Ainda segundo a nota, "o plano urbanístico elaborado tem méritos e, portanto, a Prefeitura estudará seu aproveitamento dentro da lógica das PPPs, o que permite a execução de forma segmentada no espaço para o qual foi projetado."
A nota informa ainda que a "administração pretende trabalhar pela requalificação dessa região com base nas parcerias público-privadas, conforme foi exemplificado no anúncio recente da licitação para a construção de 16 mil moradias de interesse social no centro da cidade, com aporte financeiro da Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal (Minha Casa Minha Vida)."
A Justiça do Estado de São Paulo determinou que a prefeitura faça alterações no projeto Nova Luz, que ainda não saiu do papel. O projeto anterior da Prefeitura previa reconstruir 30% dessa área na região central de São Paulo, também conhecida por abrigar em parte dela a cracolândia.
A sentença da juíza Luiza Barros Rozas, da 6ª Vara da Fazenda Pública da capital, considera que a Prefeitura tem que levar em conta o Plano Diretor do município e outras leis referentes ao uso do solo.

A Defensoria Pública, responsável pela ação que culminou na nova decisão, afirma que a legislação não foi respeitada quando a prefeitura não fez um levantamento de pessoas que moram na região e que podem ser afetadas pelo projeto, em especial pelas desapropriações. A Defensoria disse ainda que o conselho gestor que foi formado para discutir a proposta e que por lei deve ter a presença dos moradores não seguiu todas as regras previstas.
Segundo a juíza Luiza Barros Rozas, “a situação atual é de constante desrespeito da Prefeitura para com a exigência constitucional e infraconstitucional de necessidade de participação popular.” A prefeitura poderá recorrer da decisão, mas não informou até a publicação desta reportagem qual procedimento iria adotar.
A presidente da Associação Amo a Luz, Paula Ribas, e moradora da região, conta que a Prefeitura não respondeu a questionamentos feitos pelos moradores sobre o que fariam com moradores e comerciantes que seriam retirados de seus imóveis para desapropriação.
Segunda Paula, a comunidade não é contra a requalificação da Luz. “O projeto vai ter que ser construído com a sociedade civil organizada para atender a toda a diversidade social e econômica da região”. Uma das críticas da moradora é que o projeto da gestão Kassab não trazia uma proposta de ação contra os usuários de crack.
Imbróglio
Trata-se de mais uma decisão relativa ao projeto Nova Luz. No ano passado, a Defensoria e lojistas conseguiram decisões que suspendiam o projeto. As liminares, no entanto, foram derrubadas posteriormente pelo Tribunal de Justiça.

Fonte: G1

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

REVITALIZAÇÃO DE CAMPOS ELISEOS

Campos Elíseos

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O Bairro, o Santuário e o Liceu Coração de Jesus
Campos Elíseos: antiga região de chácaras; primeiro loteamento planejado da cidade de São Paulo; local onde a elite do café passa a construir seus palacetes residenciais.
De Chácara Rio Branco a Campos Elíseos: Frederico Glete e Victor Nothmann adquiriram a chácara, mandaram abrir ruas que se transformaram posteriormente nas ruas dos Protestantes, Triunfo, Andradas, Piracicaba, Helvetia, Glete, Nothmann entre outras.
Origem do nome: Campos Elíseos (do grego Pedios Êlysion), segundo Homero, era o lugar de repouso dos heróis e dos humanos virtuosos após a morte, portanto o nome dado ao bairro paulistano pode estar relacionado com a mitologia grega, ou então, pode fazer referência direta ao “Les Champs Elyseés”, de Paris.
A história: a história do Bairro Campos Elíseos está ligada, principalmente, às áreas religiosa, educacional e administrativa.
Religiosa: a antiga capela em honra ao Coração de Jesus, construída pelos Vicentinos, confiada aos Salesianos, cedeu lugar a uma nova construção, um grande Santuário. Em 1880 reinicia-se a construção do novo Templo, com o decidido apoio de D. Veridiana Prado, do conde Prates e, especialmente, do povo paulista. Em 1901 estava praticamente pronto. A solene torre, que em 1922 era um dos três pontos mais altos da cidade, mede 62m incluindo os 7 m do pedestal e os 7 m do Cristo Redentor. De estilo romano em forma basilical, é constituído por três naves, sendo as laterais abobadadas. É o mais antigo templo de estilo clássico-renascentista de São Paulo. O Santuário Coração de Jesus marca o início da renovação da arte sacra da capital paulista.
Educacional: construção do famoso Liceu de Comércio Artes e Ofícios, em 1885, a princípio para atender filhos de escravos dos fazendeiros de café e depois os filhos dos imigrantes italianos. Inicialmente, oferecia ensino gratuito em oficinas profissionalizantes de sapataria e alfaiataria. Só mais tarde, inaugurou o internato acolhendo os filhos de cafeicultores. Há pelo menos quinze anos, o Liceu Coração de Jesus, juntamente a outras instituições, passou a sofrer com a degradação da região central de São Paulo.
Administrativa: nos Campos Elíseos, o palacete de Pacheco e Chaves- construção iniciada em 1896 e concluída em 1899- foi adquirida pelo estado e tornou-se residência oficial dos governadores do estado de São Paulo. Entre 1935 e 1965, foi também sede do governo, até a transferência para o Palácio dos Bandeirantes. Em 1972 passou a sede da Secretaria da Cultura, Esportes e Turismo depois a sede da Secretaria da Ciência, Tecnologia do Estado e atualmente (2011) depois de restaurado externamente, aguarda verba para restauro de seu interior.
Como se pode perceber, o Santuário e o Liceu Coração de Jesus tornam a história do bairro Campos Elíseos mais rica e valorosa tanto nas áreas intelectual e social quanto arquitetônica.
A localização do bairro era privilegiada: próximo da Estação Ferroviária Sorocabana, inaugurada em 1878, (atual estação Estação Júlio Prestes) e da Estação da Luz e, ao mesmo tempo, não muito longe do centro da cidade. Assim, os espaçosos terrenos do loteamento tornaram-se ideais para abrigar as mansões e residências dos barões do café quando vinham à capital a negócios. Algumas das ruas foram batizadas com os sobrenomes destes empresários ou em homenagem aos seus países de origem, como Alameda Glette, Alameda Nothmann, Alameda Cleveland e Rua Helvétia, nome como também é conhecida a Suíça.
Em 1911, nessa região, numa atitude, para a época, arrojada, os salesianos construíram o “Grande Liceu de Artes, Ofícios e Comércio”, a princípio para atender uma população carente, tornando-se depois uma renomada instituição pedagógica. Nas cercanias localizava-se o principal hospital da cidade na época, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
No início do Séc. XX, Campos Elíseos já era um bairro bastante elegante, abrigando as mansões e residências dos barões do café e a residência oficial do Presidente do Estado de São Paulo (atual governador): o Palácio dos Campos Elíseos, na Av. Rio Branco, uma de suas vias mais importantes.
A partir da década de 1930, o bairro, Campos Elíseos, sofreu um revés com a falência de grande número de Barões do Café, fato que os obrigou a se mudarem para outros bairros e, muitos casarões e mansões foram demolidos, cedendo espaço a prédios de apartamentos. Outros foram alugados e sublocados, transformando-se em pensões, cortiços e moradias coletivas precárias.
Entre as décadas de 1930 e 1990 outros fatores também contribuíram para a decadência progressiva do bairro. Citamos como exemplo a inauguração da estação rodoviária da cidade; a transferência da sede e da residência oficial do governador do estado de São Paulo para o Morumbi (Palácio dos Bandeirantes), diminuindo a relativa importância política do bairro, a conservação de ruas e o policiamento que havia em torno do governador; o processo de decadência e esvaziamento do centro da cidade, a partir da década de 1970; a vizinhança com os bairros da Luz e Santa Ifigênia, áreas conhecidas como Cracolândia, onde a prostituição, a marginalidade, o consumo de drogas prosperavam; e, ainda, podemos acrescentar o desinteresse da classe média em adquirir apartamentos nos prédios, em sua maioria construídos entre as décadas de 1930 e 1940, época em que não se justificavam a construção de garagens, tão pouco de áreas de lazer. Enfim, a derrocada é evidente, mas ainda há esperança de preservarmos o que restou desse passado retumbante e “virarmos a mesa”, o museu é um bom exemplo.

Fonte:http://epaummuseunacracolandia.wordpress.com/campos-eliseos-ou-cracolandia/



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

JUSTIÇA PROIBE EXPULSÃO DE VICIADOS DA CRACOLÂNDIA



A Polícia Militar de São Paulo está proibida pela Justiça de acuar, expulsar ou obrigar usuários de drogas a circularem contra sua vontade na região da cracolândia, no centro da capital. Concedida nesta terça-feira por meio de liminar, a determinação é resultado de ação civil pública apresentada pelo Ministério Público Estadual para coibir a chamada “procissão do crack”, revelada pelo Estado em 8 de janeiro, cinco dias após o início da ação. A multa diária em caso de descumprimento é de R$ 10 mil.

Leia também:
Sem alarde, PM desmobiliza operação
Usuários migram para a Serra da Cantareira

A partir de agora, segundo ordem do juiz Emílio Migliano Neto, da 7.ª Vara da Fazenda Pública, a PM não pode promover “ações que ensejem situação vexatória, degradante ou desrespeitosa” contra os viciados nem os impeça de permanecer em via pública ou de se movimentar para outros espaços. Na prática, a abordagem só poderá ocorrer em caso de flagrante de consumo ou tráfico de drogas.

O governo estadual afirmou ontem, porém, que a liminar não interfere em nada na ação na cracolândia. “Se forem necessárias abordagens policiais diante de atitudes suspeitas, a polícia não tem como se furtar dessa atitude. Então não muda a atitude da Polícia Militar”, afirmou a secretária de Estado da Justiça, Eloísa Arruda. “A polícia precisa realizar seu trabalho. Se ela se aproxima e a população se desloca de um lado para outro, a polícia não tem como impedir.” O comandante-geral da PM, Roberval Ferreira França, foi na mesma linha: “A PM continuará com seu padrão de operações”.

Para os promotores Arthur Pinto Filho, Eduardo Ferreira Valério, Luciana Bergamo e Maurício Ribeiro Lopes - autores da ação -, o trabalho mencionado pela secretária se mostrou totalmente fracassado. “A cracolândia está lá, não acabou. Basta circular pela região para perceber que tudo continua como antes. A realidade se impõe no caso. Então é melhor nos entendermos e propormos outra medida que possa dar certo”, disse Arthur Filho, da Promotoria da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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http://brasil247.com/pt/247/brasil/72631/Justi%C3%A7a-pro%C3%ADbe-PM-de-atuar-na-Cracol%C3%A2ndia-em-S%C3%A3o-Paulo-Justi%C3%A7a-pro%C3%ADbe-PM-atuar-Cracol%C3%A2ndia-S%C3%A3o-Paulo.htm

Decisão atende a pedido do Ministério Público, que entrou com ação contra a chamada 'Operação Sufoco' no centro da cidade; governo Alckmin fica proibido de submeter a "situação vexatória e degradante" os usuários de drogas

31 de Julho de 2012 às 12:55
Fernando Porfírio _247 - A Justiça paulista proibiu, nesta terça-feira 31, o governo do Estado de realizar operações militares e submeter a "situação vexatória e degradante" os usuários de drogas da Cracolândia. A decisão é o do juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital. No caso de descumprimento da decisão, o magistrado estabeleceu o pagamento de multa diária no valor de R$ 10 mil. Cabe recurso.
A decisão, de caráter liminar, atende pedido do Ministério Público paulista, que entrou na Justiça com uma ação civil pública contra o governo Geraldo Alckmin, na qual pede indenização de R$ 40 milhões. A ação é contra a chamada "Operação Sufoco", iniciada em janeiro na Cracolândia, na região central da capital.
Na ação, o MP ainda pediu, em caráter liminar, que a Polícia Militar seja obrigada a se abster de realizar as chamadas "procissões do crack" – operações policiais em que viaturas cercam usuários que estão aglomerados e fazem com que eles andem de um lado para o outro para se dispersar.
Em janeiro, o MP havia atacado a operação do governo paulista na região da "cracolândia". De acordo com promotores de Justiça, o Estado não pode ser o "algoz do cidadão" nem o "chicote do pobre". Uma força tarefa formada pelos promotores de Justiça Eduardo Valério, Luciana Bergamo, Arthur Pinto Filho e Maurício Ribeiro Lopes, anunciou que iria investigar a responsabilidade pela operação classificada como "ilícita", "pouco inteligente" e de "resultados pífios".
A operação na "cracolândia" começou em 3 de janeiro. Uma semana depois, a Polícia Militar informou que prendeu 49 pessoas. Dos presos, 26 eram condenados pela Justiça. Nesse período, a ação retirou apenas meio quilo de crack de circulação no local. A quantidade representaria o consumo de apenas um dia entre os usuários da cracolândia.
A operação, que contou com policiais e órgãos es taduais e municipais ligados à segurança, saúde e assistência social, também retirou 61,3 toneladas de lixo das ruas. Segundo balanço da PM, 2.806 abordagens policiais foram realizadas. Os agentes de saúde encaminharam 33 pessoas para serviços de saúde, nove para hospitais e 28 para internação.
"O tráfico de drogas é questão de polícia, mas a dependência química é caso de assistência social e de saúde", afirmou o promotor de justiça Eduardo Valério. "Essa operação é uma tragédia que está servindo apenas para espalhar um problema que estava concentrado numa região específica da cidade", completou o promotor.
Valério também criticou a justificativa apresentada pelo governo paulista de que a operação na "cracolândia" tinha como objetivo o combate ao tráfico de entorpecentes. "Argumentar dessa forma é menosprezar a capacidade das organizações criminosas de operar o tráfico de drogas na capital paulista. Para minimizar e acabar com o tráfico é preciso operações lícitas e inteligentes", disse o promotor Eduardo Valério.
De acordo com os promotores de justiça, o Ministério Público foi pego de surpresa com a operação no início do ano. Desde 2009, o MP acompanhava a questão da dependência química na região atuando em conjunto com entidades civis e com a prefeitura. "Não sabemos o que motivou essa operação desastrada e a abertura do inquérito que anunciamos hoje, entre outras coisas, pretende encontrar uma resposta para o caso", disse o promotor Eduardo Valério.

FAVELA DO MOINHO NO BOM RETIRO VAI VIRAR ESTAÇÃO DE TREM

Governo vai contratar projeto funcional de linha que será interligada à 8-Diamante da CPTM; obras ficarão para a próxima gestão.

BRUNO RIBEIRO - O Estado de S.Paulo


O centro de Alphaville, região de condomínios de luxo em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, deverá ganhar uma linha de trem interligada com a Linha 8-Diamante da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O governo do Estado informou ontem que vai contratar o projeto funcional da nova linha nos próximos dias.

As obras do ramal, entretanto, devem começar somente no fim de 2014, ou até mesmo em 2015, segundo o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Ele afirmou que, até o fim da atual gestão, em 2014, fará todos os projetos: funcional, básico e executivo. E, "depois de 2014", executará as obras.

"O modal da linha vai ser definido pelo projeto funcional, até porque é o projeto que vai identificar a demanda exata da linha. Pode ser um monotrilho, um VLT (veículo leve sobre trilhos) ou outro modelo", disse o secretário, incluindo ainda um trem convencional entre as opções.

"É uma linha nova. Não tínhamos muitos planos para executar esse projeto. Mas a população de lá passou a questionar por que não poderia haver uma linha de trem para atender Alphaville", completou o secretário.

O traçado que será estudado é um "U" invertido, partindo da Estação Sagrado Coração, chegando à Estação Barueri (ambas na Linha 8). Planos antigos apresentados pelo Metrô, em 2010, propunham outro traçado - saindo da Estação Antônio João, na mesma cidade, até Carapicuíba (também na Linha 8). O investimento necessário para tirar o ramal do papel não foi estimado pelo governo.

Nova estação. A Favela do Moinho, no Bom Retiro, região central de São Paulo, vai virar uma estação de trem, conectada com as Linhas 7-Rubi e 8-Diamante. O projeto funcional já está em andamento. A ideia é desafogar a Luz, superlotada desde a inauguração da Linha 4-Amarela do Metrô, no ano passado.

A estação será projetada tanto para funcionar na superfície quanto para ser subterrânea.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Pontos Turísticos de Campos Eliseos - Palacete de Campos Eliseos

Revitalização da região do bairro Campos
Elíseos fica restrita à fachada de palácio


Quem passa pela avenida Rio Branco se impressiona com a fachada rica em detalhes e cores em meio a uma região degradada no centro da cidade de São Paulo. Depois de reforma bancada pela iniciativa privada que custou R$ 5 milhões e durou três anos, o Palácio Campos Elíseos ganhou de volta os tons originais do projeto do final do século passado. Embora sua nova função já esteja definida - hoje a casa está desocupada -, a restauração do edifício ainda não acabou (falta arrumar o interior e a revitalização do entorno está parada).
Em 2007, a pedido do então governador José Serra (PSDB), uma equipe de professores da Faculdade de Arquitetura da USP (Universidade de São Paulo) se empenhou em redesenhar o interior do palacete para abrigar novamente a residência oficial do governador. O projeto também propunha intervenções urbanísticas no entorno como uma forma de revitalizar essa área degradada da cidade.

O diretor da FAU -USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), Silvio Sawaya, um dos autores do projeto, explica que a ideia era concentrar funções públicas e culturais na região para reintegrar os bairros do Pari, Campos Elíseos e Bom Retiro.

Mas, com a saída de Serra para concorrer à Presidência da República, não há sinal de que o estudo será colocado em prática pelas próximas gestões. O professor de história da arquitetura da USP Nestor Goulart avalia que a demora na implantação de projetos de restauração é reflexo da falta de prioridade e de experiência em iniciativas de revitalização.

- A reforma externa é um passo importante para a restauração de um patrimônio cultural e arquitetônico da cidade. Mas é preciso atribuir logo uma função a ele e estender essa revitalização para o entorno. Caso contrário, a recuperação fica restrita aos muros. Vira uma revitalização de fachada.

Já a historiadora Maria Cecília Naclério Homem, autora do livro O Palacete Paulistano, avalia que não há interesse em conservar a história arquitetônica da cidade.

- Há um grupo de palacetes importantíssimos em volta do Palácio Campos Elíseos, mas não há vontade pública para conservá-los. Não é ignorância. É mediocridade. 
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Procurada, a Secretaria Estadual de Planejamento disse apenas que “a possibilidade de sua execução depende de estudos e análises que oportunamente deverão ser realizados”. De qualquer forma, a intenção de transformar o terceiro andar do palacete na casa oficial do governador já foi descartada.
O orçamento de R$ 20 milhões será destinado agora a transformar o interior do edifício em um espaço para eventos, aberto à visitação do público, e que ainda poderá ser utilizado como gabinete do governador no centro da cidade. Isso dependerá da conclusão do projeto e da abertura da licitação que vai contratar a empresa para fazer o serviço, o que deve acontecer ainda neste semestre, segundo a secretaria. A previsão é de que a reforma dure 18 meses.

A estimativa de gastos com as reformas interna e do entorno, propostas pela equipe de arquitetos da USP, é avaliada em quase R$ 215 milhões – o que inclui a criação de uma esplanada cívica (jardins, passeios e pavilhão de eventos ao redor da casa), a construção do Teatro de Dança e a desapropriação de imóveis. A autora do livro sobre os palacetes de São Paulo lembra que os projetos de revitalização sempre estiveram atrelados à iniciativa privada.

- Por um lado, o capital privado acelera o processo de revitalização da área. Por outro, é sempre a especulação imobiliária que vai definir qual construção será ou não reformada. Além disso, o público geralmente acaba sendo impedido de visitar essas construções, que são patrimônios da cidade.

Já para Sawaya, o Estado tem verba para arcar com o projeto de reurbanização da área, mas poderia propor um esquema misto de investimento, as chamadas PPP (parcerias público-privadas).

- O Estado não deixa de participar da revitalização e ainda pode contar com o apoio do capital privado.

A Secretaria de Planejamento informou que a reforma da parte interna sairá dos cofres públicos. Já a reforma da parte externa do Palácio Campos Elíseos, que custou cerca de R$ 5,3 milhões, foi patrocinada por cinco empresas e gerenciada pela Fundação Energia e Saneamento, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O restauro se preocupou essencialmente em redescobrir as cores e os detalhes da fachada. A arquiteta Maria Vitória Fischer, uma das responsáveis pelo trabalho, relata que as várias camadas de tinta aplicadas ao longo dos anos esconderam os ornamentos do projeto original.

Nova função
Arquitetos e governo divergem quando o assunto é a função que o palácio deve ter após a reforma. Para Maria Cecília, o palacete poderia novamente abrigar um órgão público e fazer valer o investimento feito no projeto de restauro. Já para Goulart, a construção histórica deveria receber sua função original. O palacete serviu de residência a um empresário em fins do século 19, foi sede do governo até os anos 60 e de secretarias de Estado depois disso.

- A experiência internacional mostra que a melhor forma de conservar um imóvel histórico, como o Palácio Campos Elíseos, é devolver a ele sua função original. Cada secretaria que passou por ali achou que poderia fazer um puxadinho como bem quisesse.

O palácio foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Haussler, em 1890, por encomenda do empresário Elias Chaves, figura política influente na elite paulistana. Mais de cem anos se passaram e diversas mudanças foram feitas na construção, tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico) em 1977.

Alguns cômodos do Palácio Campos Elíseos, apesar de desgastados, preservam traços e materiais do projeto original. Já no primeiro andar, é possível perceber como os espaços foram desconfigurados para abrigar repartições públicas. Depois da última desocupação, em 2002, restaram carpetes e cortinas, instalações e fios expostos, além de paredes de gesso que dividiam os ambientes.

A Secretaria de Planejamento afirma que fará poucas intervenções dentro do imóvel, pois ele será apenas um espaço eventual para despachos e reuniões de representantes do governo. As mudanças, completa a pasta, não serão como as que foram já feitas na época em que o palácio serviu como secretarias do Estado.
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Grande abraço Ary Neto

segunda-feira, 9 de julho de 2012

COMPLEXO CULTURAL LUZ 2016


By Metro Cultura - Thais Azevedo - 03/2012

Projeto da Secretaria de Estado da Cultura terá 70 mil m2 área construída e teatros para apresentações de dança, música, teatro e ópera. Obras começam no próximo ano.
Foram cerca de sete meses de discussão e adaptação até que o projeto do Complexo Cultural da Luz fosse, finalmente, aprovado.
O edifício, anunciado como o maior do gênero na América Latina, é visto pelo secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, e pelo governador Geraldo Alckmin como peça fundamental do processo de revitalização da Nova Luz.
“Também é necessário que as pessoas voltem a morar no Centro, deixando- o com 24 horas de vida”, diz o governante.Idealizado pela Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a empresa inglesa Theatre Projects Consultants (TPC) e com apoio do Governo do Estado de São Paulo, o espaço reunirá três teatros, restaurantes,
café, loja e as sedes da escola de música Tom Jobim e da São Paulo Companhia de Dança. O total, 70 mil m2 de área construída, deve ficar pronto até 2016, de acordo com Matarazzo, que apresentou o projeto ao lado de Alckmin durante evento na manhã de ontem. A arquitetura do local ficou a cargo do escritório suíço Herzog & de Meuron, que tem entre seus representantes o brasileiro Marcelo Bernardi. “Projetamos o complexo de modo que ele se integrasse à área verde, rica no local. Também priorizamos a luz natural”, conta. O Complexo Cultural da Luz deve custar R$ 500 milhões, mas o valor, segundo Matarazzo, ainda não está fechado. A previsão de início das obras é para o primeiro semestre de 2013.  “A revitalização de uma cidade não termina nunca, é constante.”
MATARAZZO, SOBRE PROJETOS DE REQUALIFICAÇÃO DA NOVA LUZ
Perspectiva do pátio interno Os números do complexo O Grande Teatro, destinado a apresentações de música, dança, teatro e ópera, contará com 1.750 lugares; A Sala de Recitais comportará 500 pessoas; No Teatro Experimental, a capacidade será de 400 espectadores; O edifício terá 5 andares; 850 é o total de vagas do estacionamento; O terreno de 19 mil m2 terá 70 mil m2 de área construída. Cerca de R$ 500 milhões serão investidos no projeto.



segunda-feira, 30 de abril de 2012

Do Minhocão ao Ceagesp: um novo zoneamento


SP precisa de grandes projetos urbanos como Puerto Madero. Sem isso, áreas serão tomadas por agentes preocupados só com os seus empreendimentos.
Os quatro anos do mandato do futuro prefeito são um período decisivo para a cidade.
As sugestões abaixo visam contribuir para a reflexão e com o debate sobre os rumos que agora se abrem. Elas se baseiam nos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Urbem, que busca conceber, estruturar e viabilizar intervenções urbanas de grande escala em São Paulo.
Dois pontos são essenciais para a construção de uma cidade agradável e democrática: boas políticas públicas e bons projetos urbanos.No plano das políticas públicas, é urgente revisar o Plano Diretor e Código de Obras, para promover regras de zoneamento mais equilibradas.
Experiências em todo o mundo demonstram que as zonas com uma função única são mais vulneráveis à violência e à ocupação criminosa.
Vias que abrigam apenas escritórios se esvaziam em horários não comerciais, tornando-se propícias à realização de atividades ilícitas e alvo de depredadores e criminosos. Da mesma forma, bairros apenas residenciais são naturalmente mais ermos e, portanto, mais suscetíveis e expostos ao crime e à violência.
A revisão do Plano Diretor e do Código de Obras pode também acabar com distorções como a que prevalece na região central de São Paulo, onde encontramos, por exemplo, a ampla e majestosa avenida Rio Branco dotada de edificações menores e degradadas, que não condizem com a dimensão física e a infraestrutura viária do local.
Resultado: vê-se ali a degeneração do tecido urbano, com praças vazias e monumentos depredados.
Os equívocos que levaram à degradação do centro causaram o surgimento prematuro de novos núcleos, como as avenidas Paulista e Faria Lima. Corrigi-los passa pelo ajuste dos índices construtivos e das regras de zoneamento.
A política habitacional deve reverter o esvaziamento da região central com uma ampla verticalização, que gere mais espaços públicos e áreas verdes e enseje a construção de imóveis para todas as classes sociais -é imprescindível promover a miscigenação de classes sociais, dissolvendo as fronteiras entre bairros "de pobres" e bairros "de ricos", que resultam apenas no ressentimento e na polarização da sociedade.
No âmbito dos projetos urbanos, é recomendável o foco em propostas de grande porte.
São Paulo vive um dos processos mais vigorosos de desconcentração industrial em curso no planeta. Áreas urbanas previamente ocupadas por indústrias, galpões, armazéns ou entrepostos buscam novas vocações. Sem um marco regulador forte, essas áreas serão tomadas por agentes imobiliários preocupados unicamente com seus empreendimentos, sem nenhuma consideração com a geração de bens públicos.
Na concepção, estruturação e execução de novos projetos urbanos, a prefeitura deve manter uma interlocução que não esteja limitada às construtoras e empreiteiras, ouvindo, consultando e mobilizando tanto a sociedade civil quanto instituições e organizações privadas.
Não temos, em São Paulo, nenhuma intervenção urbana como Puerto Madero, em Buenos Aires, ou o More London.
Nossas Berrinis, Paulistas e Faria Limas, quando comparadas a intervenções realizadas em outras grandes cidades, são inferiores em qualidade urbanística e arquitetônica. Nossos projetos sempre foram tímidos em escala e sofisticação.
Não é difícil apontar alvos para o próximo mandato: a área industrial do Jaguaré, o Ceagesp, o projeto do Hidroanel (que pode revolucionar o sistema de drenagem da cidade), o entorno do Rodoanel, o Minhocão e suas vizinhanças. É preciso também ampliar e revitalizar espaços públicos. Praças, calçadas, passeios, museus e ciclovias tornam a cidade mais acolhedora.
Em 1870, éramos 30 mil habitantes. Em 140 anos, chegamos a 20 milhões na região metropolitana. Foi um curto e explosivo processo de urbanização que privou São Paulo das marcas de sua história.
Na ausência de grandes monumentos históricos, de uma natureza exuberante e sob o influxo do crescimento desordenado, São Paulo tem de planejar cuidadosamente o futuro -um futuro no qual as novas tecnologias sejam aplicadas para a solução dos problemas urbanos e em que os cidadãos sejam prioridade absoluta.

MARISA MOREIRA SALLES, 53, editora e artista gráfica, é coordenadora do projeto Arq.Futuro (www.arqfuturo.com.br

domingo, 11 de março de 2012

Pontos Turísticos de Campos Eliseos - Sala São Paulo

No bairro de Campos Eliseos que pertence ao Distrito de Santa Cecilia na cidade de São Paulo existem vários pontos turísticos, esta semana vamos falar da melhor sala de música de São Paulo, creio que a melhor do Brasil.
A famosa SALA SÃO PAULO, localizada na Praça Julio Prestes, no coração de maior metrópole do Brasil e da América do Sul.O imponente edifício da Estrada de Ferro Sorocabana abriga hoje a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e uma das mais importantes casas de concertos e eventos do País.
Projetado por Christiano Stockler das Neves em 1925 ―período em que a cidade, estimulada pelo café e pela ferrovia, crescia em ritmo acelerado― o prédio, marcado pela sobriedade dos ornamentos e detalhes do estilo Luís XVI, seria concluído somente em 1938, quando a urbanização de São Paulo já se caracterizava pela presença de automóveis, minimizando a utilização de bondes e trens.
As principais áreas do edifício já vinham sendo locadas para a realização de festas e eventos institucionais quando, em 1997, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo assume seu controle para transformá-lo no Complexo Cultural Júlio Prestes.
Situada no centro da Cidade, vizinha da Pinacoteca do Estado e do Museu de Arte Sacra, a Sala São Paulo fez realizar o potencial de revitalização da região.
Tombada como patrimônio histórico pelo Condephaat, a Sala São Paulo foi inaugurada em 9 de julho 1999 com a apresentação da sinfonia A Ressurreição, de Gustav Mahler, pela Osesp, para ser mantida como importante marco de nossa cidade.


Desejo que a matéria seja interessante e façam uma visita a esta sela magnífica, aos domingos entradas vips são liberadas as 10hs em caso de disponibilidade de assentos vagos.

Grande abraço e Viva São Paulo.
Ary Neto 
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O PROJETO ACÚSTICO
Por José Augusto Nepomuceno

O forro móvel é importante, mas não é tudo. A qualidade acústica da Sala São Paulo pousa e repousa em um universo grande, delicado, quase intangível de detalhes raramente comentados, mas dos quais dependem as nuances da música que ali é ouvida. O forro móvel sozinho não faz a qualidade acústica da Sala São Paulo ―e não faria de qualquer outra sala de concertos―. Ele é um aspecto importantíssimo da sala e ficará como uma marca registrada; mas, tenho certeza, não faz a missa toda.
Muitas das salas consagradas, veneradas por músicos, maestros e amantes da música sinfônica, não têm forro móvel ou qualquer dispositivo de ajuste acústico. Embora suas origens datem dos anos 60, a acústica ajustável é uma tendência que ganhou espaço nos projetos de novas salas apenas nos últimos 30 anos graças aos esforços de grandes mestres do design acústico como Kirkegaard, Jaffe, Tanaka e Johnson.
A geometria da Sala, a disposição dos balcões, o desenho das frentes dos balcões, o posicionamento do palco, a inexistência de carpetes ou cortinas, a espessura da madeira do palco, o desenho das poltronas, paredes pesadas, as irregularidades da arquitetura eclética do edifício existente compõem na Sala São Paulo um importante elenco de pequenas contribuições absolutamente fundamentais para a qualidade do seu clima acústico.
Se a Sala São Paulo tivesse o forro móvel correto, mas todos os demais elementos fossem incorretos, certamente a qualidade do clima acústico seria muitíssimo inferior. Mas se a Sala tivesse um forro fixo, com uma altura correta, e com todos os demais elementos corretos, seria menos versátil, a arquitetura existente seria menos valorizada e, mesmo assim, poderia chegar a ser acusticamente excelente.
Então para quê um forro móvel? Para quê ajustar a acústica da Sala?

RAZÕES MUSICAIS PARA UM FORRO MÓVEL
O projeto de salas de concerto, principalmente na segunda metade do século XX, tem procurado atender adequadamente a uma ampla gama do repertório sinfônico. Assim, embora seja possível construir uma sala de concertos de sucesso com uma ‘assinatura acústica fixa’ e tamanho único, o estado-da-arte nesse campo vem sendo o de projeto de salas que podem ser alteradas de maneira a atender a demanda acústica de espetáculos diferentes. Estas variações podem ser obtidas via eletrônica ou com mudanças na arquitetura da sala. Uma sala de referência, como deveria ser a Sala São Paulo requeria um projeto no estado-da-arte; assim, optou-se pela arquitetura variável e pela acústica ajustável.
Para garantir essa flexibilidade acústica foi proposto um forro totalmente móvel, cujo deslocamento faria variar o volume da Sala, criando ademais um ‘espaço acústico acoplado’, situado entre o forro e o piso técnico (onde estão alojados os equipamentos de acionamento do forro). O som atinge não só o forro mas o espaço acoplado, e com isso podem ser alteradas algumas nuances na resposta acústica da Sala. A potência e as características de reverberação deste espaço acoplado podem ser sintonizados por meio de bandeiras acústicas de veludo, que são acionadas ou recolhidas a partir de mecanismos situados no piso técnico. Tais bandeiras, por estarem acima do forro móvel, não são vistas pelos ouvintes, mas sua presença é certamente ouvida.
O forro é composto por quinze painéis, com espaçamento estrategicamente definido; sua movimentação permite o aumento controlado do volume da Sala e de seu tempo de reverberação.
Mas por que variar o tempo de reverberação? Cada tipo de música foi criado para um tipo de espaço e portanto com características diferentes de reverberação. Por exemplo, alguns tempos de reverberação preferidos de músicos, maestros e engenheiros de som são: sinfonias do ‘clássico’ como a Júpiter de Mozart: 1,5 segundo; sinfonias do ‘romântico’ como a Quarta de Brahms: 2,1 segundos; peças contemporâneas como A Sagração da Primavera de Stravinsky: 1,7 segundo.
O tempo de reverberação indica a demora verificada entre a emissão de um determinado som até esse som tornar-se inaudível. Uma sala reverberante é chamada de ‘viva’ e, ao contrário, uma sala com baixo tempo de reverberação é chamada de ‘morta’ ou ‘seca’. Teatros para palavra falada exigem tempo de reverberação curto para garantir a inteligibilidade do que é dito. Auditórios que usam amplificação eletrônica são tipicamente ‘mortos’, ‘secos’. Quando alguém toca um instrumento acústico neste tipo de ambiente parece que o som viaja até a primeira fileira de poltronas e aí...morre!
Em recitais, a definição (clareza) é um elemento fundamental e por essa razão a Sala São Paulo deve estar menos reverberante. O forro é colocado a uma altura baixa, com quase todos os painéis ajustados no mesmo nível. Peças orquestrais de Haydn, por exemplo, não precisam de muita reverberação, mas o forro é colocado um pouco mais acima, aumentando o volume de ar dentro da Sala, resultando em um tempo de reverberação um pouco mais alto. Para peças do ‘romântico’ é necessário um pouco mais de reverberação que nos exemplos anteriores e os painéis sobem mais. Em peças como o Réquiem de Brahms ou a Ressurreição de Mahler os tempos de reverberação são mais longos e o ‘loudness’ do som é elevado, exigindo regulagens diferenciadas, permitindo grande passagem de som entre a plateia e o espaço acoplado sobre o forro móvel.
O forro móvel consegue, portanto, além de uma simples regulagem ‘forro alto = alto tempo de reverberação’, ‘forro baixo = baixo tempo de reverberação’, mais experimentações em alterar a clareza em um ambiente de tempo de reverberação ajustável.
Um breve histórico da relação entre música, acústica e arquitetura pode ajudar a compreender melhor essa interdependência.
O período barroco (1600 – 1750) tem, entre alguns dos seus melhores exemplos, as obras de Bach, Händel, Corelli e Vivaldi. A música barroca era executada em espaços relativamente pequenos com as paredes acusticamente duras coma as dos salões de baile palacianos, que tinham considerável ‘intimidade’ quando ocupadas e tempo de reverberação na ordem de 1,5 segundo. Os compositores eram familiares com esse tipo de ‘ambiente acústico’ e as músicas eram escritas para ele.
Até hoje preferimos ouvir este tipo de música em ambientes pequenos, acusticamente íntimos e com baixos tempos de reverberação. Note-se que o termo ‘intimidade’, em acústica, refere-se à sensação subjetiva de que a música está sendo tocada em um ambiente de pequena dimensão; algumas vezes se fala de uma sala que tem ‘presença’, é acusticamente acolhedora. Entretanto, algumas peças de Bach, escritas para serem tocadas em igrejas, solicitam tempos de reverberação razoavelmente longos.
No período clássico, caracterizado pelas sinfonias de Haydn, Mozart e Beethoven, o uso de tempos de reverberação mais longos acompanha também o crescimento (em termos de dimensão) das salas de concertos. As primeiras salas de concertos ‘autênticas’ foram construídas na última metade do século XVIII e mostram enorme influência das salas das cortes. A Holywell Music Room em Oxford na Inglaterra, que foi completada em 1748 e recentemente renovada, tem capacidade para 300 pessoas e quando totalmente ocupada tem tempo de reverberação de 1,5 segundo.
No fim do século XVIII até meados do século XIX o gradual crescimento da popularidade de concertos acabou obrigando o crescimento das salas, que passam a ter um tempo de reverberação superior; essa tendência foi acompanhada de um aumento na presença tonal da música executada e no valor ‘dramático’ da música; ao mesmo tempo a ‘clareza’ sonora, típica da música escrita no estilo clássico, era preservada devido à geometria retangular de salas ‘estreitas’.
Alguns compositores criam peças pensando em uma sala de concerto específica. Por exemplo, Wagner compôsParsifal expressamente para seu Festspielhaus em Bayreuth, na Alemanha, e Berlioz compôs o Réquiem para Les Invalides em Paris, França.

UMA SALA DE CONCERTOS AFINADA E AJUSTADA
Ter uma sala que possa regular sua acústica, como a Sala São Paulo, é interessante para acomodar essas e outras sutilezas acústicas. Quando o forro sobe ou desce, ele aumenta ou diminui o volume de ar dentro da sala. Este movimento altera efetivamente o dimensionamento físico e, consequentemente, o tempo de reverberação do som. Mas há outros fatores igualmente importantes na regulagem acústica de uma sala.
Salas de concerto são espaços para música e exigem tempos de reverberação mais longos que os teatros, garantindo a clareza na audição da música, dando vida à sala, permitindo que ela ‘cante’. E para que a sala possa cantar (e encantar) é preciso que responda com excelência acústica e generosidade. Nada de acanhamentos, da acústica abafada de cinemas e teatros ‘secos’. Hope Banegal afirmava que todo auditório deriva de duas classes: os que evoluíram dos sons das cavernas e os que evoluíram do som ao ar livre. As salas de concerto evoluíram das cavernas e os teatros do som ao ar livre.
Uma sala tem ‘especialidade’ se a música executada parece para o ouvinte como sendo tocada por uma fonte mais larga que a largura visual da fonte em si (no caso, a orquestra). Este atributo é chamado de ‘largura aparente da fonte’. Na Sala São Paulo, sendo retangular e ‘estreita’, as reflexões primárias do som chegam lateralmente e parecem ‘alargar’ a fonte, dando a sensação de espacialidade e de envolvimento.
Na Sala São Paulo desejava-se presença tonal, envolvimento, brilho e por isso foram banidas as cortinas e carpetes. A absorção acústica é controlada pela área de poltronas, pelo tipo de poltronas e pelo número de pessoas sentadas e pelo volume de ar dentro da sala. As paredes, o forro, as frentes dos balcões, o piso de madeira, todos têm baixa absorção acústica comparada com a presença de pessoas.
A presença exuberante de sons de baixa frequência (sons graves) depende de paredes, tetos e pisos de materiais sólidos e com baixa absorção acústica. As principais salas de concertos europeias do século passado eram construídas com materiais sólidos e pesados. Por outro lado, ranhuras e pequenas irregularidades são importantes nas salas de concerto para a difusão do som e a qualidade do clima acústico, como comprova os estudos dos professores Haan e Fricke da Universidade de Sydney, Austrália (1993). Alguns autores de renome creditam a presença de irregularidades como aspecto fundamental na resposta acústica de salas.
Alguns exemplos de alta qualidade são a Grosser Musikvereinsaal de Viena e o Boston Symphony Hall com o forro em ranhuras e ‘degraus’, estátuas, nichos e ornamentação nas paredes laterais. E um exemplo de paredes lisas e baixa difusidade poderia ser o London Barbican Hall em Londres, Inglaterra, que até a renovação em 1994 tinha classificação acústica desfavorável.
A Sala São Paulo é marcada por uma grande quantidade de pequenas irregularidades que vão desde os capitéis de colunas até figuras moldadas e recortes de paredes. Estes elementos, que faziam parte do projeto arquitetônico original da sala, foram arduamente explorados no projeto acústico para garantir excelente difusão. Além deles, outros elementos foram adicionados pelo projeto da Sala, em função dessas necessidades acústicas: a frente dos balcões, a estrutura do forro móvel que faz um recorte com bordas mais salientes, o forro propriamente dito e que tem o mesmo tipo de ranhura dos balcões, são também importantes elementos de difusão.
Quando se ouve um concerto sinfônico numa sala com acústica de qualidade superior fica-se imerso em um campo sonoro. Uma experiência delicada das relações espaço-tempo. Todo o volume de ar da sala canta ou soa a partir de múltiplas reflexões do som nas suas superfícies. As salas de concerto que são excelentes cantam ou soam como instrumento. Nada nelas é colocado para ‘corrigir’ o som.

O PROJETO DA SALA SÃO PAULO 
O projeto da Sala São Paulo é um exemplo vivo no qual acústica e arquitetura fundem-se num único corpo que é a própria sala. Tudo é acústica e tudo é arquitetura. Nela pude exercitar o desenho acústico, em oposição à noção redutora e medíocre de tratamento acústico tão arraigada em nosso meio.
Ao invés de congelar a acústica como disciplina complementar ―o que de resto é inaceitável num projeto de salas de concertos, teatros, salas de ópera― ou como tarefa de conforto ambiental, a definir revestimentos que supostamente podem melhorar condições acústicas, tive neste projeto a missão de desenhar a sua acústica junto com a arquitetura. Auxiliar a esculpir os vazios e volumes internos em busca da sonoridade da Sala; fazendo com que a Sala respondesse acusticamente. Balcões, poltronas, ranhuras dos balcões, posicionamento das poltronas, distância entre faces de balcões e todos os demais detalhes já mencionados.
Para desenvolver um projeto assim é preciso interlocutores de ouvidos abertos, e pude ser interpretado corretamente pelo Nelson Dupré e por Ismael Solé, respectivamente arquiteto e coordenador do projeto. Quase que diariamente nos reuníamos para discutir o projeto.
A cada passo de um, a marcação dos outros; e assim avançamos. Quando estudamos juntos a opção para inserção dos balcões entre as colunas passei semanas trabalhando horas a fio, de forma a garantir que a solução arquitetônica do Nelson ―a única que eu considerava aceitável― e defendida por Sole tivesse o mesmo nível de excelência que a opção de balcão contínuo oferecido pela consultoria norte-americana.
Foi ao meu ver essencial, para a definição e a categoria acústica que a Sala São Paulo tem, a colaboração do engenheiro acústico e maestro Christopher Blair, que participou do projeto básico da sala. Entre outros assuntos, ele estudou as características principais da Sala em um modelo acústico físico, e que serviu de norte para todo o nosso projeto básico.
Este trabalho teve também enormes desafios não divulgados. Um deles é o projeto dos isoladores de vibrações da laje flutuante, no qual tivemos a colaboração do engenheiro Bernard Baudouin. Graças à sua inventividade chegamos a uma solução muito eficaz, quando parecia ser impossível obtê-la no Brasil.
Por fim, fico ainda hoje emocionado todas as vezes que visito colegas, arquitetos, salas de concerto e teatros em outros lugares no Brasil e no mundo e me perguntam se conheço uma sala de concertos no Brasil que foi construída do lado de uma estrada de trem.